O poeta e jornalista Gilson Cavalcante morreu na madrugada desta terça-feira (14), aos 68 anos, na casa dele no distrito de Taquaruçu, em Palmas. Ele convivia com a diabetes tipo II há mais de 20 anos e chegou a ficar internado no mês passado, mas tinha recebido alta. Cavalcante também tinha hipertensão e doença de Parkinson.
Gilson Carlos Cavalcante nasceu no dia 5 de novembro de 1954, em Porangatu (GO), filho de João Lino Cavalcante Filho e Celina Pereira Cavalcante. A chegada dele na região tocantinense coincidiu com a criação do novo Estado, em 1989, o que lhe possibilitou acompanhar todo o processo e ver Palmas nascer.
O jornalista fez história junto com Tião Pinheiro coordenando o Jornal do Tocantins. Com passagens por diversos veículos, Gilson Cavalcante foi secretário estadual da comunicação, durante o governo de Moisés Avelino, entre 1991 e 1994.
A vida de produção jornalística dividia espaço com a poesia nos versos sobre a existência humana. O livro de estreia foi “69 Poemas- Dos Lençóis e da Carne”, em parceria com Hélverton Baiano. Depois, seguiram “Lâmpadas ao Abismo” e “Ré/Ínventário da Paisagem”, livro que gerou uma análise acadêmica por pesquisadores da Universidade Luterana.
Sua quarta obra, “Poemas da Margem Esquerda do Rio de Dentro”, teve especial no concurso literário nacional “Prêmio Cidade de Juiz de Fora”, em 2002. Seis anos depois, publicou “O Bordado da Urtiga”, premiado com a Bolsa de Publicações Maximiano da Matta Teixeira, da Fundação Cultural do Tocantins. Em 2009 as novas obras: “Anima Animus - O Decote de Vênus” ,“Bonsai de Palavras” e um livreto com hai-kais (poemas curtos). Também levou a Bolsa de Publicações Hugo de Carvalho Ramos, ano em que recebeu o Troféu Goyases 2011, poesia, concedida pela Academia Goiana de Letras.
Seus últimos livros são “A Arte de Desmantelar Calendários” e “O Amor Não Acende Velas” e “Descompássaro”, obras lançadas no início de 2021. Em 2022, o poeta lançou seu primeiro EP “Cantigas e Quintais”, que celebrou seus 40 anos de carreira. O trabalho tem traços da música popular brasileira.
Velório
Ele deixa dois filhos. O velório será realizado na tarde desta terça-feira (14), no Centro Cultural Os Kako, em Taquaruçu. O corpo será enterrado no cemitério do distrito, mas o horário ainda não foi definido.
Homenagens
O jornalista Tião Pinheiro, atual secretário de cultura, se despediu do amigo com um texto emocionante:
Que sua poesia nos console, Gilson Cavalcante!!!!
É um pesadelo acordar com a notícia da partida do nosso querido Gilson Cavalcante, que nos deixou nessa madrugada. Jornalista, poeta e craque no futebol e na arte de fazer e conservar amigos, deixou marcas profundas em suas atuações e uma poética de primeira linha. Ele não apenas fazia poesia: ele era poesia, vivia poeticamente.
Tive o privilégio de dividir com ele jornadas no jornalismo, na literatura, nas “peladas futebolísticas” e na vida. Que ele descanse em paz e que Deus conforte seus familiares, amigos, colegas e admiradores! Salve, Gilson Cavalcante!
O governador do Tocantins, Wanderlei Barbosa (Republicanos) também enviou nota de pesar:
Esta terça-feira, 14, amanheceu com um ar de tristeza ante a notícia do falecimento do meu amigo, mestre na arte dos versos, Gilson Cavalcante, que partiu na madrugada deste dia.
Jornalista, escritor, poeta por pura essência, morador do nosso Taquaruçu, Gilson Cavalcante nos deixou fisicamente, mas suas palavras, eternizadas em dez livros publicados, vão ecoar para sempre nos corações tocantinenses.
Neste momento de luto, rogo ao nosso eterno e amado Deus que conforte os corações dos familiares e amigos pela partida do querido Gilson Cavalcante. A todos os meus sinceros sentimentos.