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04/08/2023 às 11h57min - Atualizada em 04/08/2023 às 12h32min

Laudo do IML aponta que Dad Charada foi morto por asfixia e que não havia sinais de tortura no corpo

Laudo feito pelo IML de Palmas foi determinado pela Justiça, após uma ação movida pela família de Charada. Preso foi encontrado morto dentro de uma cela no presídio Barra da Grota em Araguaína.

- Correio do Tocantins
O laudo feito pelo Instituto Médico Legal de Palmas apontou que Carlos Augusto Silva Fraga, conhecido como Dad Charada, foi morto por asfixia e não tinha sinais de tortura pelo corpo. O presidiário, investigado como o responsável por pelo menos 50 mortes em Palmas, estava preso na Unidade Penal Barra da Grota, em Araguaína. No dia 23 de julho, foi encontrado morto dentro de uma cela. A polícia informou que o detento teria tirado a própria vida, mas a família contestou.

O caso de Dad Charada ganhou repercussão no país. O IML de Araguaína havia feito um laudo após a morte. No entanto, a família entrou na Justiça para pedir um novo exame. Isso porque o preso havia recebido denúncias dias antes da morte. Por causa do impasse judicial, o corpo foi velado por três dias.


O laudo diz que a morte se deu por asfixia mecânica devido a constrição do pescoço com características da modalidade enforcamento. No documento, os peritos analisam possíveis lesões e sinais internos e externos. A conclusão é de que as lesões são anteriores e não resultaram na morte do preso. Os peritos afirmaram não haver sinais de tortura.

Em nota, a família - através da defesa - contestou o laudo, em especial, por não ter sido fiel as várias evidências atestadas através das fotografias e vídeos juntados.

 
"Quanto a asfixia mecânica, está não resta dúvida, no entanto, não podemos afirmar a que circunstâncias ocorreu, se houve a intervenção de terceiro. O fato inegável é demonstrado através das imagens e lesões é que Dad Charada não foi lesionado daquela forma em virtude do enforcamento, ele as sofreu antes, e o que a família sustenta", afirmou.

Após a morte, uma sindicância foi aberta para apurar a conduta de servidores e os fatos ocorridos no dia em que o preso foi encontrado morto. O procedimento de investigação foi instaurado por ordem do secretário de Cidadania e Justiça, Deusiano Pereira de Amorim.

O que diz a SSP
A Secretaria da Segurança Pública do Tocantins (SSP-TO) informou que o laudo do último exame necroscópico realizado no corpo de Carlos Augusto Silva Fraga, no dia 26 de julho, confirmou que a morte se deu por asfixia mecânica devido a constrição do pescoço com características da modalidade enforcamento, reafirmando não haver sinais de tortura.

Resultado este já apontado no laudo do exame feito na data do óbito, 23 de julho, pelo 2° Núcleo Regional de Medicina Legal, sediado em Araguaína.

Os médicos legistas que assinam o laudo do último exame são categóricos ao afirmar que as lesões apontadas pela família são anteriores ao óbito e não resultaram em sua morte.

A SSP-TO reitera ainda que as evidências preliminares indicam suicídio, por isso, o caso está sendo apurado pela 29ª Delegacia de Polícia de Araguaína.

Velório de três dias e impasse judicial

A morte de Dad Charada ganhou repercussão nacional no mês passado. Após a morte em Araguaína, o corpo foi encaminhado para Palmas e chegou na madrugada de 24 de julho para ser velado, na casa da mãe, na antiga quadra 403 Sul.

A informação inicial era de que o enterro aconteceria no dia seguinte, mas foi adiado e o velório se estendeu por três dias devido a um impasse judicial.

A família contesta a informação de que Charada tenha tirado a própria vida e entrou na Justiça para exigir que o Instituto Médico Legal fizesse um novo laudo sobre as causas da morte.

A Justiça acatou o pedido no dia 25 de julho, no entanto o corpo só foi recolhido pelo IML no dia 26, após a defesa se manifestar no processo alegando descumprimento da decisão. Após o exame, o corpo voltou para a casa da família.

Após três dias de velório, o corpo do presidiário foi enterrado no dia 27 de julho.

Morte na cela
O detento Carlos Augusto da Silva Fraga foi encontrado morto em uma cela no presídio Barra da Grota, em Araguaína, na manhã de domingo (23).

A Secretaria da Cidadania e Justiça (Seciju) informou que desde o momento de sua recepção na Unidade de Tratamento Penal Barra da Grota (UTPBG), Carlos Augusto Silva Fraga, Dad Charada, foi atendido com todos os cuidados voltados aos custodiados do Sistema Penal do Tocantins, respeitando os Direitos Humanos.

A nota afirmou que o preso ficou em isolamento em todo tempo na UTPBG desde o momento de sua chegada e que há monitoramento em tempo integral na ala onde o mesmo estava alojado.

 
"A Seciju está prestando todas as informações necessárias, juntamente com a Secretaria de Segurança Pública, a fim de que sejam sanadas e esclarecidas todas as dúvidas acerca deste caso", dizia a nota.

Prisão no sul

Dad Charada foi preso no Rio Grande do Sul e transferido para o Tocantins no dia 11 de julho. A princípio ficou na Casa de Prisão Provisória de Palmas, mas dias depois foi transferido para Araguaína.

Charada é apontado como mandante de pelo menos 50 mortes que aconteceram durante a onda de violência que tomou conta de Palmas no primeiro semestre.

Apontado pela Polícia Civil como mandante de 50 mortes em Palmas, ele morreu no domingo (20) em uma cela do Presídio Barra da Grota, em Araguaína.

Durante muitos anos ele seria filiado a um grupo criminoso paulista que atua em todo país. Só que recentemente ele passou para outro grupo criminoso de origem carioca e declarou guerra à sua antiga facção.

 
“É ele [Charada] um dos principais responsáveis, se não o principal, por essa série de mortes”, disse o delegado Eduardo Menezes, da Delegacia de Homicídios de Palmas, durante coletiva feita pela Secretaria de Segurança Pública no dia 12 de julho.
 

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