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03/09/2024 às 23h08min - Atualizada em 03/09/2024 às 23h08min

Pesquisa mostra que 40% dos brasileiros acreditam que seus futuros podem estar comprometidos por conta de sua aparência

Estudo aponta que 33% dos entrevistados já sofreram algum tipo de preconceito por conta de seus corpos, enquanto 46% já tiveram relacionamentos afetados por conta de suas aparências

- Correio do Tocantins

Pesquisa da consultoria Dubu, consultoria de estratégia para marcas e negócios, demonstrou que a preocupação dos brasileiros com seus corpos e aparências têm grande impacto em suas vidas. Batizado de “Sem Cabimento”, o estudo, realizado com pessoas entre 16 e 50 anos em todo o Brasil, verificou que 40% das pessoas acreditam que seus futuros estão ameaçados por conta de seus corpos e aparências.
 

Ao todo, 33% dos entrevistados afirmam já ter sofrido preconceito por conta de suas fisionomias, enquanto 46% relataram que seus relacionamentos foram prejudicados de alguma forma por conta de tópicos como peso e semblantes. No total, 44% dos consultados revelaram que a percepção de seus corpos é muito ou moderadamente afetada pela orientação sexual. Essa percepção é mais sentida pela Geração Z, com 52% dos casos, enquanto a Geração Y reportou este sentimento em 38% das respostas. Já 79% dos brasileiros afirmam haver muita discriminação racial no Brasil – 21% dos consultados, porém, afirmam que não existe tanto preconceito no país, ou que não há preconceito algum, o que reforça o impacto que o racismo exerce sobre a sociedade.
 

“Esses números reforçam nossa convicção de que os corpos são construídos a partir de uma visão que vem do outro, ou da forma como a sociedade os caracterizam” – destaca Ivan Scarpelli, sócio e cofundador da Dubu. “Esta é uma questão que traz impactos diretos para múltiplas minorias e que pede atenção da sociedade e das marcas, que são identificadas pelas pessoas em nossa pesquisa como responsáveis pela forma como elas percebem seus corpos”.

 

Relação dos brasileiros com seus corpos - O estudo ainda traz recortes sobre como os brasileiros enxergam seus corpos e quem são as pessoas que exercem influências negativas sobre suas aparências. Ao todo, 86% das pessoas acreditam que a autoestima está ligada ao corpo e à aparência e 58% dos entrevistados acreditam que podem melhorar suas aparências e condições físicas.
 

Os dados revelam ainda uma relação conflituosa dos entrevistados com seus próprios corpos, especialmente em relação à magreza, comumente associada à beleza e saúde. Ainda que 50% acreditem que homens e mulheres não precisam se preocupar em ter corpos magros, 32% descrevem ter vergonha de se expor em público. Além disso, 60% das pessoas afirmam que são responsáveis pela sua má relação com o corpo. Na sequência, mães (14%), amigos homens (14%) e a família como todo (13%) são colocados como as influências mais negativas em relação aos seus corpos.
 

“Estes resultados apontam para não apenas as relações sociais, mas também a influência de elementos como a publicidade, filtros de redes sociais e a manipulação de imagens em geral”, explica Anna Beatriz Azem, sócia e cofundadora da Dubu.  Julia Guilger, sócia e confudadora da consultoria, complementa: “apesar dos esforços e movimentos sociais recentes em favor da naturalização dos corpos, temas como a magreza ainda são protagonistas na nossa sociedade, trazendo pressão sobre as pessoas e estabelecendo uma única visão sobre corpos e belezas comuns”.

 

Sobre a pesquisa Sem Cabimento - A pesquisa “Sem Cabimento” é inspirada em um experimento realizado pelo ginecologista Robert L. Dickinson e pelo artista Abram Belskie em 1945. A dupla criou duas esculturas para o Museu Americano de História Natural de Nova York com o objetivo de representar aqueles que seriam os corpos de um homem (Normman) e de uma mulher (Norma) considerados comuns e normais. Ambas foram criadas a partir de dados estatísticos a partir de roupas femininas, no caso de Norma, e de registros de soldados recrutados na Primeira Guerra Mundial, no caso de Normman. Em setembro daquele ano, o museu e um jornal local promoveram um concurso que convidava as leitoras a enviar suas medidas para que pudessem ser comparadas às de Norma. Apesar de mais de 3,8 mil mulheres se inscreverem, nenhuma delas chegou próxima aos padrões da escultura.

“Esse experimento nos traz muitos questionamentos sobre os padrões adotados e os critérios que levam um corpo a ser considerado comum ou ideal”, explica Azem. “Racismo, identidade e o papel das mulheres na sociedade são alguns temas a serem discutidos. Nossa pesquisa trata de um tema que reflete uma longa trajetória histórica e social e é um tópico que exige das marcas uma postura de reconhecimento e atuação contínuas para benefício das pessoas. Para Guilger, “normalizar padrões inatingíveis e desconsiderar os corpos das pessoas é negligenciar a existência de cada um. Por isso, esse estudo e é um convite para refletir e potencializar novas formas de consciência para as marcas em torno desse tema”.

Para a pesquisa, foram realizadas 500 entrevistas quantitativas com pessoas de todo o Brasil, de ambos os sexos, com idades entre 16 e 50 anos. O índice de confiança é de 95%.


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