Na manhã desta terça-feira (18), a Polícia Federal prendeu o advogado Thiago Marcos Barbosa de Carvalho, assessor jurídico do Ministério Público do Tocantins (MPTO), durante uma operação que investiga o vazamento de decisões judiciais. A ação também teve como alvo de buscas o procurador de Justiça Ricardo Vicente da Silva. Os mandados foram expedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF), sob autorização do ministro Cristiano Zanin.
A operação é um desdobramento da Operação Sisamnes, que apura crimes de obstrução de justiça, violação do sigilo funcional, corrupção ativa e passiva. Segundo a Polícia Federal, foi identificada uma rede clandestina de monitoramento e comercialização de informações sigilosas relacionadas ao andamento de investigações sensíveis supervisionadas pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). O vazamento desses dados teria prejudicado o andamento de diversas operações policiais.
Thiago Marcos Barbosa de Carvalho atua no gabinete do procurador Ricardo Vicente da Silva e é sobrinho do governador do Tocantins, Wanderlei Barbosa (Republicanos), que não é investigado no caso.
As investigações tiveram início em 2023, após a polícia encontrar mensagens no celular de um advogado assassinado no estado de Mato Grosso. O conteúdo das mensagens indicava a existência de um possível esquema de compra de sentenças. O caso foi levado ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que solicitou a atuação da Polícia Federal.
Além dos mandados de prisão e busca e apreensão, o STF determinou medidas como afastamento de funções públicas, proibição de contato entre os investigados, restrição de saída do país e recolhimento de passaportes.
Em nota, o Ministério Público do Tocantins informou que ainda não teve acesso à decisão do STF que autorizou a operação e, por isso, não irá se manifestar no momento.
A defesa dos investigados ainda não se pronunciou sobre o caso.
Nota do Ministério Público do Tocantins
O Ministério Público do Tocantins informa que, até o momento, não teve acesso à decisão do Ministro do Supremo Tribunal Federal, Cristiano Zanin, que determinou a operação realizada pela Polícia Federal na manhã desta terça-feira (18) em desfavor de um procurador de Justiça e de um assessor. Diante disso, a instituição não irá se manifestar neste momento.