O Brasil é, acima de tudo, um país de Marias, Josés, Silvas e Santos. A nova ferramenta “Nomes do Brasil”, divulgada nesta terça-feira (4) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revela um retrato curioso e afetivo da identidade nacional. Segundo o levantamento, de cada cem brasileiros, seis se chamam Maria. São 12,3 milhões de pessoas que carregam o nome mais popular do país.
Em seguida, aparecem os Josés, com 5,1 milhões de registros, tornando-se o nome masculino mais frequente no território brasileiro.
A pesquisa mostra que os Silvas continuam dominando os sobrenomes: 34 milhões de brasileiros o equivalente a 16% da população, trazem esse nome de família. Em seis cidades de Pernambuco e Alagoas, os Silvas são mais de 60% da população. Já os Santos aparecem em segundo lugar, com 21,3 milhões de pessoas, seguidos por Oliveira (11,7 milhões) e Souza (9,1 milhões).
No caso dos nomes femininos, o ranking é liderado por:
Maria – 12.224.470
Ana – 3.929.951
Francisca – 661.582
Julia – 646.239
Antonia – 552.951
Juliana – 536.687
Adriana – 533.801
Fernanda – 520.705
Márcia – 520.013
Patrícia – 499.140
Entre os nomes masculinos, o levantamento aponta:
José – 5.141.822
João – 3.410.873
Antônio – 2.231.019
Francisco – 1.659.196
Pedro – 1.613.671
Carlos – 1.468.116
Lucas – 1.332.182
Luiz – 1.326.222
Paulo – 1.326.222
Gabriel – 1.201.030
O nome Maria mantém presença dominante de norte a sul do país. Em cidades do Ceará, como Morrinhos e Bela Cruz, 22% da população feminina leva o nome. O levantamento ainda mostra que o auge dos nascimentos de Marias ocorreu entre 1960 e 1969, período em que 2,5 milhões de meninas receberam o nome. Já entre 2020 e 2022, esse número caiu para 517 mil, sinalizando a transformação dos hábitos de batismo ao longo das gerações.
Enquanto nomes tradicionais perdem espaço, outros despontam com força. O IBGE identificou uma ascensão vertiginosa de nomes modernos como Gael, Ravi e Valentina, principalmente a partir de 2010. O nome Gael, por exemplo, teve apenas 763 registros na primeira década do século, mas entre 2020 e 2022 foram 96,5 mil nascimentos.
O estudo abrange mais de 140 mil nomes e 200 mil sobrenomes, baseando-se na população registrada até 1º de agosto de 2022, data de referência do Censo Demográfico 2022.
A ferramenta “Nomes do Brasil” permite consultar a ocorrência, idade mediana, distribuição geográfica e período de popularidade de cada nome e sobrenome. Nela, o IBGE não faz distinção entre sinais gráficos, como Tamara e Tâmara, mas diferencia nomes com grafias distintas, como Ana e Anna, Luís e Luiz.
Mais do que uma simples lista, o levantamento revela a história cultural e afetiva do país, onde nomes se tornam memória e pertencimento, ecos de fé, família e tradição que atravessam gerações e continuam a formar a identidade de um povo chamado, com razão, Brasil.