27/04/2022 às 07h12min - Atualizada em 27/04/2022 às 10h05min

Três últimos acusados pela morte da professora Isabel Barbosa serão julgados nesta quarta-feira (27)

Crime aconteceu em 2009 em Xambioá, no norte do estado. Ao todo, 10 pessoas foram acusadas pelo Ministério Público Estadual; desse total, cinco foram condenadas e duas absolvidas.


Os três últimos acusados de envolvimento na morte da professora Isabel Barbosa Pereira serão levados a júri popular nesta quarta-feira (27). Os réus são Clênio da Rocha Brito, de 60 anos, Jenner Santiago Pereira, de 50 anos, e Vilmar Martins Leite, de 87 anos. A vítima foi estuprada e morta perto da casa em que vivia em Xambiá, no norte do Tocantins, em 2009.

O julgamento será no Fórum de Xambioá e mais de 20 testemunhas, entre defesa e acusação, serão ouvidas. O crime vai completar 13 anos e, segundo as investigações, foi resultado de uma trama política envolvendo o ex-marido da vítima e um grupo que disputava a prefeitura da cidade na época.

"São 13 anos que a minha família luta e espera por este dia, lutando para que esse crime não prescrevesse e que os que realmente mandaram fazer, planejaram e projetaram tirar a vida da minha irmã, de uma forma tão bruta, para que a justiça seja feita", disse a irmã da vítima, Celma Barbosa.

Ao todo, 10 pessoas foram acusadas, sendo que cinco foram condenadas e duas absolvidas. Segundo a denúncia do MPE, os réus que serão julgados nesta quarta-feira (27) teriam participado do planejamento do assassinato e da contratação dos executores.

O advogado de Clênio da Rocha Brito e Vilmar Martins Leite afirmou que confia na absolvição dos clientes. "Não há uma prova, uma sequer, uma mínima prova capaz de conduzir os senhores jurados a condenar os réus", disse o advogado Wendel Araújo. 

Para entender melhor o que aconteceu confira as perguntas e respostas para relembrar os fatos.

Quando ocorreu o assassinato?

Segundo consta na denúncia do Ministério Público Estadual, Isabel Barbosa Pereira foi atacada em um terreno baldio após sair de uma boate flutuante na madrugada de 28 de junho de 2009. Anderson de Araújo Souza agrediu fisicamente a vítima com socos na região do olho, face e queixo, além de empurrar sua cabeça contra a parede, causando-lhe lesões que provocaram a morte.
Consta na denúncia que antes de cometer o assassinato, Anderson manteve relações sexuais com Isabel. O acusado Roseli Francisco Alves da Silva também foi denunciado por prestar auxílio, já que conduzia a motocicleta usada para a prática do assassinato.

Crime teve relação com as eleições?

O MPE ressaltou que a morte de Isabel foi resultado de uma trama política, na qual houve divisão de tarefas, e esteve relacionada com as eleições de 2008. Conforme os fatos, na época, o esposo de Isabel, Sérgio Mendes da Silva, recebeu do prefeito Richard Santiago Pereira, candidato à reeleição, uma bomba pulverizadora sob promessa de voto.
Richard acabou vencendo as eleições na época, deixando a candidata Ione Santiago Leite em segundo lugar. Conforme o MPE, o candidato a vice-prefeito na chapa de Ione, bem como os partidários Jenner Santiago Pereira e Ronaldo Espíndola Silva descobriram a doação feita pelo prefeito eleito e procuraram o esposo da professora para pedir que ele denunciasse a compra do voto.

A promotoria relata que no primeiro momento Sérgio Mendes recusou a proposta, mas depois aceitou participar do esquema após o marido da candidata derrotada, Vilmar Leite, oferecer a quantia de R$ 40 mil em troca do depoimento.
O depoimento de Sérgio culminou com a cassação do prefeito Richard e beneficiou a segunda colocada, Ione Santiago Leite.

Qual foi a motivação?

A investigação apontou que a vítima tinha conhecimento do acordo do esposo com os acusados Jenner, Vilmar, Clênio e Ronaldo, sendo que Sérgio havia recebido a quantia de R$ 15 mil pelo depoimento e o restante seria pago depois do julgamento do processo eleitoral.

Segundo a denúncia, a professora Isabel estava insatisfeita com o casamento e pediu a separação de Sérgio, requerendo o pagamento da sua parte nos bens. O marido teria passado a ludibriar a vítima, dizendo que estava sendo ameaçado.

Com o passar do tempo ela percebeu que estava sendo enganada e exigiu o pagamento ao esposo, bem como a Jenner, Clênio, Ronaldo e Vilmar Leite. Caso não recebesse sua parte ameaçou delatar o acordo.

Qual a participação de cada acusado?

Conforme o Ministério Público, após a ameaça de expor o complô político, Sérgio Mendes, esposo da vítima, Jenner, Clênio, Ronaldo e Vilmar Leite contrataram Roseli e Anderson para executarem a professora. O valor pago aos executores seria de R$ 2 mil, além de uma cirurgia para a companheira de Roseli.

Enquanto os acusados Wagner Mendes da Silva, Antônio Batista e Ronisley Mendes da Silva teriam recebido a incumbência de atrair a vítima para o local do crime para resguardar a execução. Os dois últimos foram absolvidos pelo júri popular.
Segundo a denúncia, Clênio ainda teria tentado influenciar no inquérito policial para desviar as investigações para o prefeito cassado, inclusive propagando as ameaças.

Jenner Santiago teria Ronaldo Espíndola como braço direito e responsável de contatar o executor do crime. Conforme o MPE, Jenner confessou ter viajado até São José (PA) na companhia de Ronaldo onde teria sido feita a reunião para execução da professora Izabel.

Quem já foi julgado

Sérgio Mendes da Silva (Marido da vítima) - Condenado
Wagner Mendes da Silva (irmão de Sérgio) - Condenado
Roseli Francisco Alves da Silva - Condenado
Anderson de Araújo Souza - Condenado
Ronaldo Espíndola - Condenado a 22 anos de prisão por homicídio triplamente qualificado e estupro.
Antônio Batista da Silva Filho - foi absolvido pelos crimes de homicídio qualificado e estupro.
Ronisley Mendes da Silva - foi absolvido pelos crimes de homicídio qualificado e estupro.

 
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