A contratação ilegal de quase três dezenas de influencers da rede Instagram para fazer propaganda em prol do governador e candidato à reeleição Wanderlei Barbosa (Republicanas) será investigada e pode levar a uma futura cassação, ampliando o ciclo de 16 anos de mandatos incompletos no Tocantins.
Em Aije (ação de investigação judicial eleitoral) são relacionados todos os influencers que estão fazendo campanha coordenada, com mensagens idênticas ou muito parecidas, em favor de Wanderlei.
A publicidade na internet é vedada, salvo os impulsionamentos oficiais e registrados. Para burlar o impulsionamento oficial, Wanderlei apostou na propaganda positiva e ilegal via pessoas famosas nas redes sociais do Estado. Isso fez com que o gasto oficial de impulsionamento de propagandas no Youtube e no Facebook não chegasse a R$ 18 mil. O valor é muito semelhante aos gastos de candidatos proporcionais como Carlos Gaguim, Lili Bezerra e Osires Damaso, por exemplo.
'Em contrapartida, foram gastos milhares de reais com os influencers, o que é expressamente vedado pela lei eleitoral. Alguns dos contratados têm mais de 1 milhão de seguidores, o que com certeza desiquilibra o processo eleitoral.'
Além disso, nas propagandas impulsionadas legalmente, quem está na internet é avisado que se trata de uma peça eleitoral, pois tudo é devidamente identificado. Da forma como Wanderlei fez, não. A pessoa admirada pelo seguidor vê, de repente, um famoso defendendo o candidato à reeleição.
Além disso, a Aije, protocolada pelo candidato Ronaldo Dimas (PL-MDB-Podemos) relaciona possíveis crimes na contratação de servidores em caráter temporário sem necessidade (o Estado tem quase 10 mil pessoas a mais do que tinha em outubro do ano passado nesse regime) e de comissionados.