Só um dos remédios custa cerca de R$ 250. Paciente que não consegue comprar teve piora no quadro de saúde e foi hospitalizado. Pacientes com problemas renais reclamam da falta de medicamentos na farmácia do Estado
A falta de medicamentos na Assistência Farmacêutica do Estado está fazendo vários pacientes com problemas renais interromperem o tratamento. Segundo os moradores, alguns remédios essenciais não são disponibilizados desde novembro de 2021. Um dos pacientes que não consegue comprar ampolas por causa do preço teve piora no quadro de saúde e foi internado para fazer transfusão de sangue.
É que um dos remédios em falta é o Alfaepoetina injetável e custa cerca de R$ 250. Edimar Rodrigues, que faz hemodiálise três vezes por semana, precisa tomar oito ampolas em 30 dias. Somados, os frascos custam R$ 2 mil por mês.
Sem conseguir os remédios pelo Sistema Único de Saúde e sem condições para comprar, o radialista interrompeu o tratamento por várias semanas. Ele conta que só tomou o medicamento nos últimos dias porque recebeu uma doação.
"Eu estava sem tomar desde novembro. Quando foi agora em janeiro eu recebi uma doação de sete ampolas e tomei até a última na semana passada. Agora eu já não tenho mais. Tive tanta falta que a última consulta que eu fiz o médico me enviou para o HGP [Hospital Geral de Palmas] para tomar bolsa de sangue", disse.
Edimar diz que o problema afeta diversos pacientes há meses. "Desde dezembro, talvez até novembro, a gente buscava o remédio constantemente. Às vezes faltava, mas não era por muito tempo. Mas este ano, por exemplo, a gente não tem conseguido pegar remédio. Eu não peguei". O homem que já lutava pela vida sente que a situação ficou ainda mais delicada e pede providências. "É muito triste saber que você depende daquilo para viver", afirmou Edimar.
Márcio Luiz Ribeiro está desempregado e também deixou de ter acesso aos remédios na Assistência Farmacêutica. "O Estado nos fornece dois medicamentos que são essenciais para o nosso tratamento, que são dois tipos de ferro que a gente precisa, mas há cerca de três a quatro meses o estado não vem fornecendo. A informação que é passada é que não tem e não tem previsão de quando vai ter. A gente está tendo que arcar e tem um alto custo para a gente", disse.
A Secretaria Estadual de Saúde informou que a compra do Alfaepoetina é de reponsabilidade do Ministério da Saúde, que já informou que o abastecimento no Tocantins deve ser regularizado na primeira quinzena de março. A SES disse que caixas do medicamento Noripurum foram comprados e a pasta aguarda a entrega pelo fornecedor.