01/11/2023 às 18h53min - Atualizada em 01/11/2023 às 18h53min

OAB/TO requer fechamento urgente de regime semiaberto na cadeia de Paraíso por condições insalubres da estrutura

A vistoria realizada pela OAB/TO, no dia 19 de agosto de 2023, apontou que a insalubridade das celas que recolhem os reeducandos, do regime semiaberto, devido ao calor excessivo, falta de ventilação adequada e água refrigerada, consiste em condição degradante e prática de tortura, pela imposição de sofrimento físico e mental por hipertermia.

- Correio do Tocantins

A Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Tocantins, por meio da Comissão de Direitos Humanos (CDH), recomendou à Vara de Execuções Penais de Paraíso/TO, a manutenção e o fechamento urgente dos espaços destinados ao regime semiaberto masculino, uma vez que a precariedade das condições estruturais da Unidade Penal do município cabe interdição e tem impactado diretamente no número de evasão dos reeducandos.

A vistoria realizada pela OAB/TO, no dia 19 de agosto de 2023, apontou que a insalubridade das celas que recolhem os reeducandos, do regime semiaberto, devido ao calor excessivo, falta de ventilação adequada e água refrigerada, consiste em condição degradante e prática de tortura, pela imposição de sofrimento físico e mental por hipertermia.

Ainda de acordo com a Comissão de Direitos Humanos, os atuais marcos de funcionamento do regime semiaberto prejudicam a segurança da unidade, produzem excessiva sobrecarga de trabalho aos policiais penais, produzem alto custo ao erário e principalmente, devido às condições estruturais absolutamente inapropriadas, falta de assistência material, médica e social, resulta em políticas de execução penal com baixa eficácia e antagônica ao processo de ressocialização.

Atualmente, segundo dados da Unidade, em recorrência de regressões de regime, pedidos de transferências e progressões, 47 custodiados estão no regime semiaberto e 44 reeducandos seguem cumprindo regularmente a pena.

“No pleno exercício institucional da representação da advocacia e dos jurisdicionados tocantinenses é papel da OAB Tocantins e de todo o sistema de justiça garantir que os estabelecimentos penais proporcionem segurança e condições adequadas de funcionamento”, afirmou a presidente em exercício da OAB Tocantins, Priscila Madruga.

Para o presidente da Comissão de Direitos Humanos, Cristian Ribas, a manutenção do regime semiaberto masculino, precisa ser “urgentemente revista em razão das condições estruturais em extrema precariedade e a sua baixa eficiência para aplicação da lei penal”, declarou.

Além disso, a CDH também recomendou a possibilidade de utilização de ferramentas eletrônicas de fiscalização, tornozeleiras eletrônicas, que são “comprovadamente mais eficazes para aplicação da Lei Penal, com menor custo erário ao poder público, além de menor pressão aos recursos humanos escassos da policial penal, e sobretudo com condições melhores de ressocialização”, finalizou o presidente da comissão.

Relembre

Após a publicação do relatório da OAB Tocantins, em abril de 2023, apontar a custódia inapropriada de mulheres na unidade, que é voltada para o público masculino e não possui policiais mulheres em número suficiente para o atendimento, a Vara de Execução Penal de Paraíso aplicou a política de monitoramento ao semiaberto feminino, que até o mês de maio funcionava dentro da UPP


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