Iolanda Costa Fregonesi foi condenada a 7 anos e 11 meses pelo homicídio doloso do médico Pedro Caldas, atropelado enquanto pedalava por uma marginal em Palmas, em 2017. Pela acusação de dirigir embriagada e sem habilitação, a pena foi de seis meses. O júri popular foi realizado no Fórum de Palmas nesta segunda-feira (14).
O julgamento começou no início da manhã e a sentença foi proferida por volta das 20h pelo juiz Cledson José Dias Nunes, da 1º Vara criminal de Palmas. O Ministério Público informou que vai recorrer da decisão. O g1 não conseguiu contato com a defesa de Iolanda para comentar o resultado.
“Tivemos o resultado pelo qual lutamos profundamente. Nós, empunhando esse marco civilizatório Pedro Caldas, conseguimos hoje que a ré fosse condenada por homicídio doloso. Esse era o nosso principal objetivo. Agora, com calma, a equipe de promotores e advogados auxiliares vão poder avaliar se é possível questionar a pena imposta a ré, mas esse é o segundo passo, de menor importância, porque o mais importante é termos conseguido que a dona Iolanda fosse condenada”, comentou Luciano Caldas, pai do médico Pedro Caldas.
Iolanda deverá cumprir a pena por homicídio doloso em regime semiaberto, pois apenas as condenações superiores a oito anos começam a ser cumpridas no fechado. A condenação por embriaguez e dirigir sem habilitação é em regime aberto. O médico Pedro Caldas e um colega dele foram atropelados em novembro de 2017. Caldas acabou morrendo no hospital após quase um mês em coma.
Publicamente, Iolanda Fregonesi nunca falou sobre o caso. Para a Justiça, ela afirmou que não estava embriagada e disse ter atropelado o médico após se distrair com dois animais que estariam brigando no banco de trás do carro dela.
Iolanda Costa responde ao processo em liberdade e também poderá recorrer em liberdade. Segundo a investigação da polícia Civil, em 2016 a jovem já havia atropelado um casal na Avenida Tocantins, em Palmas.
Na época da morte de Pedro Caldas, o delegado Hudson Guimarães Leite, que investigou o atropelamento, disse que ela nunca tirou carteira de habilitação. Ao longo do processo, a Justiça chegou a bloquear os bens que a jovem suspeita do atropelamento tem a receber de herança para garantir o pagamento de futuras indenizações.
O caso
Pedro Caldas morreu depois de ficar mais de um mês em coma após complicações no traumatismo craniano grave que sofreu. No dia do acidente, o ginecologista foi levado para o Hospital Geral de Palmas (HGP), onde passou por cirurgia e foi transferido para uma UTI particular. O colega dele, Moacir Naoyuk Ito, que também foi atropelado, sobreviveu.
De acordo com o delegado, o fato de Iolanda ter se recusado a realizar o teste do bafômetro, não atrapalhou a investigação. "Há nos autos um atestado de estado incapacidade psicomotora alterada, comprovado pelos agentes da ATTM, há testemunhas que comprovam que ela estava bêbada, exalando um cheiro muito forte de álcool."
Após o acidente ela foi levada para a Central de Flagrantes da Polícia Civil, onde pagou fiança de R$ 3 mil e foi liberada para responder em liberdade.