15/12/2024 às 11h13min - Atualizada em 15/12/2024 às 11h13min

Mauro Carlesse é preso pela GAECO e Polícia Civil; ex-governador teria plano de fuga para o exterior

A prisão ocorreu na Fazenda Joia Rara, propriedade do ex-governador, em São Salvador, próximo a Peixe, no sul do Tocantins. A ordem judicial foi motivada por indícios de um possível plano de fuga para o exterior.

- Correio do Tocantins

O ex-governador Mauro Carlesse (Agir) foi preso na manhã deste domingo (15). Ele estava a caminho de uma fazenda em São Salvador, na região sul do estado, quando foi localizado por equipes do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público Estadual (MPTO).

De acordo com o MP, Carlesse foi preso em cumprimento a um mandado de prisão expedido pela 3ª Vara Criminal de Palmas e referente a indícios de um possível plano de fuga para o exterior.

A defesa do ex-governador informou que está a caminho de Gurupi para ter acesso ao mandado e ao conteúdo da decisão.

Como o caso está em sigilo judicial, o teor da investigação não foi divulgado pelo órgão ministerial.

Além da prisão de Mauro Carlesse, a Justiça expediu outro mandado contra Claudinei Quaresemin, também investigado por envolvimento em um esquema de corrupção. Ele já está preso por outra investigação, a “Operação Overclean”deflagrada no dia 10 de dezembro. Ele teria atuado, segundo a Polícia Federal, em fraudes licitatórias, desvio de recursos públicos, corrupção e lavagem de dinheiro quando era secretário de Parcerias e Investimentos do Tocantins.


Histórico e investigações

Mauro Carlesse assumiu o Poder Executivo do Tocantins em 2018. Ele era presidente da Assembleia Legislativa e acabou na cadeira de governador porque Marcelo Miranda (MDB) e Cláudia Lelis (PV), então governador e vice, foram cassados por decisão do Tribunal Superior Eleitoral, após condenação por uso de caixa dois na campanha eleitoral de 2014.

Carlesse assumiu o mandato de forma interina e conseguiu se manter no cargo em uma eleição suplementar e depois novamente na eleição geral de 2018.

Ele ficou no cargo até outubro de 2021 quando foi afastado pelo Superior Tribunal de Justiça por suspeita de corrupção. Na época, a Polícia Federal apontou que Carlesse estava envolvido em um esquema de recebimento de propinas e também interferência política na Polícia Civil.

Ele renunciou o cargo antes da votação pelo impeachment na Assembleia Legislativa. Com a renúncia, Wanderlei Barbosa (Republicanos), seu vice, assumiu o cargo.

Neste ano, Carlesse teve seu nome envolvido em investigação sobre crimes de fraudes em licitações na extinta Secretaria de Infraestrutura, Cidades e Habitação do Estado do Tocantins, ocorridas no ano que assumiu o governo. Foram cumpridos mandados de prisão nos endereços do político e houve inclusive a apreensão de um veículo de luxo.



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