O Supremo Tribunal Federal (STF) determinou a soltura do jornalista e ex-prefeito de Almas, Goianyr Barbosa de Carvalho, mediante o pagamento de uma fiança de R$ 20 mil. Goianyr, que é cunhado do governador Wanderlei Barbosa (Republicanos), foi preso pela Polícia Federal sob suspeita de lavagem de dinheiro na última terça-feira (18), após arremessar uma mochila com R$ 22,5 mil pela janela de sua residência.
A audiência de custódia ocorreu nesta quarta-feira (19) e foi conduzida por um juiz auxiliar do ministro Cristiano Zanin. Como medidas cautelares, além do pagamento da fiança, Goianyr teve o passaporte apreendido e está proibido de deixar o país. Ele também não poderá manter contato com outros investigados na operação Sisamnes, que apura o vazamento de informações sigilosas no Superior Tribunal de Justiça (STJ). O alvará de soltura será expedido assim que os requisitos forem cumpridos.
O advogado de defesa, Zenil Drummond, afirmou que seu foco imediato é garantir a liberação de Goianyr e que, durante a instrução processual, pretende provar sua inocência. Em sua primeira manifestação sobre o caso, a defesa alegou que o jornalista jogou o dinheiro pela varanda por pensar que estava sendo vítima de um assalto e ressaltou que a legislação brasileira não impõe limites sobre valores guardados em casa, desde que quantias superiores a R$ 30 mil sejam declaradas à Receita Federal no exercício seguinte.
Outro alvo da operação foi o advogado Thiago Marcos Barbosa, filho de Goianyr e sobrinho do governador Wanderlei Barbosa. Thiago foi preso preventivamente e sua audiência de custódia, realizada na terça-feira (18), manteve sua detenção. Até o momento, ele segue encarcerado.
A operação Sisamnes também teve como alvo o procurador de Justiça Ricardo Vicente da Silva, do Ministério Público do Tocantins (MPTO), que teve sua residência e escritório vasculhados pela Polícia Federal. Sua defesa informou que não irá se manifestar por ainda não ter acesso ao inquérito.
Thiago Barbosa atuava como assessor jurídico no gabinete do procurador Ricardo Vicente e foi exonerado do cargo logo após a operação. O Ministério Público Estadual afirmou, por meio de nota, que adotou todas as providências necessárias para cumprir a decisão do STF.
Já o Superior Tribunal de Justiça declarou que não comentará sobre o caso.
A operação Sisamnes segue em andamento e novas fases podem ser deflagradas conforme avançam as investigações.