Uma comerciante de Colinas voltou a ser vítima de furto na madrugada de domingo (6), menos de um mês após ter sua loja invadida pela primeira vez. No total, os prejuízos ultrapassam os R$ 15 mil, e a indignação da empresária e advogada Lorraine França Ferreira se converteu em um desabafo forte e comovente nas redes sociais, onde criticou duramente a falta de efetividade da segurança pública na cidade.
O segundo crime ocorreu no mesmo molde do primeiro. Se da primeira vez os criminosos não deixaram sinais visíveis de arrombamento, desta vez quebraram a porta da loja, que ficou exposta durante toda a madrugada. Levaram dinheiro do caixa e equipamentos eletrônicos. No primeiro furto, foram roubados notebook, iPhone, câmera profissional e outros instrumentos essenciais para a produção de conteúdo do empreendimento.
“É a segunda vez que isso acontece em menos de um mês. A primeira vez fiz boletim de ocorrência, busquei provas, fui atrás. Nada foi feito. Agora estou extremamente triste e esgotada. Sinceramente, não sei nem se devo ir de novo à delegacia”, desabafou
Segundo a comerciante, que também é advogada, a delegacia de plantão estava fechada no momento em que procurou atendimento.
“É extremamente triste reconhecer isso como advogada: não consegui registrar o boletim de ocorrência porque a delegacia estava fechada”, lamentou.
Ela acredita que os mesmos criminosos possam estar por trás dos dois furtos, uma vez que o modo de agir foi semelhante. Embora tivesse instalado câmeras, os equipamentos falharam na gravação da ação. O apoio veio, mais uma vez, de comerciantes vizinhos, que ajudaram na identificação e prestaram solidariedade. Ela fez questão de agradecer à vizinha Natália, da loja Contemporânea, e ao dono da Cybernet, por sua prontidão e empatia.
Mas a solidariedade entre comerciantes não basta diante da sensação generalizada de abandono.
“A segurança pública de Colinas está péssima. A rua está cheia desses noiados atrás de droga. E enquanto isso, a gente fica aqui, largado, abrindo e fechando loja com medo.”
O impacto não é apenas financeiro. Sozinha em Colinas, longe da família, a empresária revelou o peso emocional que vem carregando.
“Cheguei no meu limite. É esgotante estar num lugar sem apoio. Eu decidi ficar, abri esse negócio com muito esforço. Mas é difícil lutar contra tudo isso.”
Ela afirmou que a loja My Candy seguirá aberta por tempo indeterminado, mas anunciou mudanças à frente.
“A vida vai além do que a gente posta. Atrás de cada conteúdo tem muito esforço, muita dor, muito cansaço. O comércio é para quem tem estômago, psicológico e fé.”
A empresária finalizou o relato com um alerta para outros comerciantes: “Hoje foi comigo, amanhã pode ser você. E ninguém vai fazer nada.”
O caso reacende um problema crônico de Colinas: a insegurança que recai sobre comerciantes, especialmente em horários noturnos e finais de semana, quando o policiamento se torna escasso e o suporte institucional falha. Mais do que um relato pessoal, o desabafo é um grito coletivo por proteção e dignidade para quem insiste em manter portas abertas num cenário de incerteza e abandono.
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