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Fé usada como fraude: dupla é investigada por estelionato espiritual no norte do Estado

Mãe e filha se passavam por líderes religiosas e induziam vítimas a entregar altas quantias de dinheiro para supostos rituais. Polícia pede ajuda para localizá-las.

Por Thiago de Castro - Correio do Tocantins
16/04/2025 12h18 - Atualizado há 3 dias
3 Min

A Polícia Civil do Tocantins está à procura de duas mulheres acusadas de aplicar golpes financeiros com base em promessas espirituais fraudulentas. Pamela Nicolete Estefano, de 37 anos, e sua mãe, Maria Nicolete, de 63, são investigadas por enganar vítimas usando a fé como instrumento de estelionato. Ambas estão com mandados de prisão preventiva em aberto, expedidos pela Justiça tocantinense após representação policial e parecer favorável do Ministério Público.

As investigações são conduzidas pela 11ª Delegacia de Polícia de Araguatins, no extremo norte do Estado. Segundo o delegado responsável pelo caso, Gilmar da Silva Oliveira, a dupla se apresentava como “mães de santo”, utilizando roupas típicas — saias rodadas, turbantes, colares — e uma linguagem envolvente, prometendo curas espirituais, bênçãos de prosperidade e proteção contra feitiços.

Os golpes, no entanto, resultaram em prejuízos significativos. Em um dos casos, uma vítima vendeu a própria casa e entregou R$ 12 mil acreditando que o dinheiro seria usado temporariamente em um ritual espiritual. Em outro episódio, uma mulher repassou mais de R$ 36 mil após ser convencida de que o valor a protegeria de uma maldição e lhe traria sorte na loteria. Em ambos os casos, após os pagamentos, as suspeitas desapareceram.

As vítimas registraram boletins de ocorrência e identificaram as investigadas por meio de fotografias. A maioria das transferências financeiras foi feita para contas bancárias em nome de Pamela Nicolete Estefano, o que reforça o vínculo direto entre os repasses e as acusadas.

Além das ocorrências em Araguatins, a dupla já é alvo de outros procedimentos policiais por estelionato com o mesmo modus operandi. Em 2023, a 101ª Delegacia de Polícia de Dianópolis instaurou inquérito semelhante. Há ainda registros de golpes atribuídos às mesmas suspeitas nos estados de Rondônia e Mato Grosso do Sul, o que indica atuação reincidente e articulada em diferentes regiões do país.

Diante da gravidade dos fatos, da possibilidade de fuga e da ameaça de novos crimes, a Justiça decretou a prisão preventiva das duas mulheres. O delegado Gilmar Oliveira reforça o apelo à população para que colabore com informações que levem à localização das foragidas.

 

“Essas mulheres enganaram as vítimas usando falsas promessas espirituais para obter dinheiro. Já há registros semelhantes em outros estados. Com a divulgação das imagens, esperamos que a população nos ajude a localizar as suspeitas e evitar que mais pessoas sejam vítimas desse golpe”, declarou o delegado.

 

Quem tiver qualquer informação sobre o paradeiro de Pamela Nicolete Estefano e Maria Nicolete pode entrar em contato com a 11ª Delegacia de Polícia de Araguatins pelos números (63) 98118-9091 ou (63) 3474-2155. O sigilo é garantido.

O caso escancara um fenômeno cada vez mais comum no Brasil: o comércio da fé transformado em armadilha para os mais vulneráveis. Em tempos de desespero e incerteza, a esperança é moeda fácil para golpistas travestidos de guias espirituais. A dor alheia, em mãos erradas, vira instrumento de lucro. Não se trata apenas de crime financeiro — é um roubo silencioso da fé, da dignidade e do último fio de esperança que muitos ainda conservam. A Justiça pode punir o crime, mas a ferida que fica nas vítimas é mais profunda que qualquer boletim de ocorrência.


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