O crime que chocou Araguaína pela crueldade e frieza foi desvendado em apenas quatro dias. A técnica de enfermagem Rejane Mendes da Silva, 45 anos, confessou à Polícia Civil ter matado o empresário José Paulo Couto, 75 anos, com quem mantinha um relacionamento extraconjugal secreto desde os 19 anos. Segundo ela, nem a família nem a esposa de Paulo sabiam do caso.
O empresário desapareceu em 10 de julho e foi encontrado morto sob a ponte de um córrego na Avenida Frimar, entre o bairro JK e a TO-222. O corpo estava enrolado em lençóis e um tapete, com mãos e pés amarrados. A localização foi possível graças a uma denúncia anônima ao 190.
O relacionamento começou quando Rejane trabalhava na casa da ex-esposa de Paulo e, depois, para uma das filhas dele. Ela contou que chegou a engravidar, mas perdeu o bebê. O caso prosseguiu de forma esporádica, mesmo durante o período em que ela foi casada e morou no Nordeste.
Após voltar para Araguaína, a técnica de enfermagem passou a receber do empresário um auxílio mensal de R$ 1.600 a R$ 1.800 para pagar aluguel, contas e despesas pessoais. O conflito surgiu quando, em julho, Paulo informou que só poderia repassar R$ 600 devido a dívidas. Rejane disse que precisava do valor integral para quitar débitos e realizar uma cirurgia.
Na manhã de 10 de julho, Paulo foi à kitnet de Rejane. A discussão se intensificou e ela o empurrou na cama, amarrando-o com cordas. O empresário ameaçou chamar a polícia, mas disse que a perdoaria e inventaria um assalto para protegê-la.
Segundo a confissão, ao ver uma faca na cozinha, Rejane decidiu matá-lo por medo de ser denunciada. De volta ao quarto, diante do pedido dele para cortar as cordas, desferiu um golpe na garganta. Mesmo ferido e pedindo socorro, ela continuou os ataques até que ele ficasse imóvel.
Sem saber dirigir, Rejane pediu a um conhecido para retirar o carro do empresário de sua garagem e deixá-lo em um lote baldio, segundo ela, o homem não sabia do crime.
Horas depois, procurou sua irmã, recém-chegada do Pará. Ao ajudar a mover o que achava serem tapetes, a irmã percebeu que se tratava de um corpo e tentou convencê-la a se entregar. Mesmo relutante, acabou ajudando a levar o cadáver até o local onde foi encontrado.
O caso segue sob investigação, e a Polícia Civil apura a possível responsabilidade de outras pessoas na ocultação do corpo.