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Amastha formaliza denúncia ao Ministério Público e aponta esquema de fraudes milionárias no transporte público de Palmas na gestão Cinthia

Ex-prefeita Cinthia Ribeiro é acusada de omissão dolosa, sobrepreço, contratos sem licitação e colapso deliberado do sistema. Denúncia inclui prejuízo de quase R$ 100 milhões ao erário.

Por Thiago de Castro - Correio do Tocantins
16/04/2025 12h41 - Atualizado há 1 semana
4 Min

O vereador Carlos Amastha (PSB) cumpriu a promessa feita na primeira sessão de abril na Câmara Municipal de Palmas. Nesta terça-feira, 15, ele protocolou formalmente junto ao Ministério Público Estadual (MPE) uma denúncia robusta contra a gestão da ex-prefeita Cinthia Ribeiro (PSDB), apontando um verdadeiro esquema de irregularidades no transporte público da Capital. O documento também foi encaminhado ao Tribunal de Contas do Estado (TCE), que já investiga contratos do setor.

A denúncia, organizada de forma cronológica, apresenta o que Amastha classifica como uma "emergência fabricada" pela antiga gestão: a omissão deliberada quanto ao fim do contrato com a empresa Expresso Miracema, em 2022, teria sido usada para justificar contratações diretas emergenciais e pagamentos com sobrepreço. O vereador foi recebido pessoalmente pelo procurador-geral de Justiça, Abel Andrade Leal Júnior.

 

“Os elementos aqui descritos evidenciam a criação intencional de situações emergenciais, usadas para justificar contratações sem licitação e pagamentos acima do valor de mercado”, afirmou Amastha.

 

Déficit e caos operacional

De acordo com a denúncia, entre 2023 e 2024, o déficit operacional do transporte coletivo em Palmas superou R$ 95 milhões, valor 350% superior à receita arrecadada no mesmo período. O Município teria pago mais de R$ 43 mil mensais por ônibus alugado, sem que os contratos incluíssem custos de manutenção, combustível ou motoristas, que ficaram por conta da prefeitura. Em comparação, contratos anteriores estipulavam o valor de R$ 30 mil por veículo.

Além disso, foram destacadas compras emergenciais de combustível com evidências de sobrepreço. Um contrato com a Vibra Energia S.A., por exemplo, custou quase R$ 1,8 milhão a mais do que valores praticados por outras empresas, em curto espaço de tempo.

A denúncia ainda inclui a revogação sem justificativa técnica de um pregão eletrônico para transporte escolar, seguida de novas contratações emergenciais. Laudos do Detran apontaram que 58 dos 61 veículos contratados estavam inaptos para circulação.

Precariedade, revolta e risco à vida

A denúncia traz também o retrato do colapso cotidiano vivido pelos usuários: ônibus pegando fogo em vias públicas, perda de rodas em movimento, motoristas abandonando veículos quebrados com passageiros dentro, e até um caso de condução sob suspeita de embriaguez.

 

“É público que desde dezembro de 2023, o MPE solicitou a reestruturação da frota, aumento no número de ônibus, cumprimento de horários e itinerários, fiscalização dos contratos com as concessionárias e medidas emergenciais para garantir um transporte público digno”, relembrou Amastha, citando ação civil pública do próprio Ministério Público.

 

Bilhetagem manual e falta de prestação de contas

Outro ponto crítico apontado é a bilhetagem manual. Em diversos períodos da antiga gestão, os ônibus operavam sem sistema eletrônico de cobrança, obrigando os passageiros a pagarem em dinheiro vivo diretamente aos motoristas. Segundo estimativas incluídas na denúncia, o valor arrecadado sem qualquer controle oficial poderia chegar a R$ 15 milhões em apenas quatro meses. O destino desses recursos permanece desconhecido.

Pedido de investigação

Diante do cenário exposto, Amastha pediu a instauração de procedimento investigatório aprofundado pelo MPE, o compartilhamento de informações com o TCE, eventual ajuizamento de ação por improbidade administrativa e medidas cautelares para resguardar provas e interromper possíveis danos em curso.

Ao encerrar o protocolo da denúncia, o vereador foi categórico: “Estamos falando de um rombo que não é só financeiro, mas também moral. A população foi enganada com promessas de modernização, enquanto o serviço afundava num lamaçal de contratos suspeitos e ônibus quebrados.”


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