O Governo do Tocantins renovou por mais três meses o serviço de travessia gratuita entre Aguiarnópolis (TO) e Estreito (MA), por meio de embarcações conhecidas como voadeiras. A medida emergencial, iniciada em janeiro após o desabamento da ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, ganha agora fôlego com o reforço de uma emenda parlamentar de R$ 300 mil, destinada pelo deputado estadual Valdemar Júnior.
É a terceira vez que o contrato das embarcações é prorrogado. A ação é conduzida pela Agência Tocantinense de Regulação, Controle e Fiscalização (ATR) e tem como objetivo garantir o direito básico de locomoção a centenas de moradores da região, que dependem diariamente da travessia para estudar, trabalhar ou acessar serviços essenciais do outro lado do rio Tocantins.
“O direito de ir e vir está acima de qualquer burocracia. Enquanto não temos a ponte de volta, é nossa responsabilidade manter esse elo entre os municípios”, declarou o governador Wanderlei Barbosa. Segundo ele, a travessia gratuita é mais do que uma alternativa logística — é um compromisso com a dignidade dos tocantinenses.
O presidente da ATR, Matheus Martins, reforçou que a manutenção do serviço é fruto de um esforço coletivo entre o Estado e a prefeitura de Aguiarnópolis.
“A renovação demonstra o comprometimento do governo com a população que mais precisa. São ações como essa que amenizam os prejuízos causados por um colapso estrutural que ainda aguarda resposta definitiva.”
A novidade desta etapa da prorrogação é o apoio formal do deputado Valdemar Júnior, que destinou recursos próprios via emenda parlamentar.
“Essa medida vai facilitar a ida e vinda de estudantes, trabalhadores e toda a comunidade. Seguimos em sintonia com o governo estadual para aliviar os impactos que essa tragédia causou à região”, afirmou o parlamentar.
Além da travessia por voadeiras, a região do Bico do Papagaio tem recebido outras intervenções para manter a mobilidade. O governo estadual reestruturou rotas alternativas por rodovias e firmou com o governo federal um Termo de Cessão de Uso, pedindo ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) a manutenção das condições dessas vias provisórias.
A travessia por balsa, contratada pelo Dnit, também continua operando sem custos para a população, assegurando o transporte de veículos e passageiros enquanto a nova ponte não é construída.
A ponte que desabou era uma das principais ligações entre o Tocantins e o Maranhão, vital para o escoamento de produção, acesso a serviços de saúde e educação, e integração regional. A ausência dela ainda é sentida como uma ferida aberta no coração da malha viária do norte tocantinense. Enquanto isso, as voadeiras seguem cruzando o rio, dia após dia, sustentando com seus motores o que restou da travessia.