A federação entre União Brasil (UB) e Progressistas (PP) foi oficializada nesta terça-feira (29), consolidando o nascimento da União Progressista, agora considerada a maior força política do Congresso Nacional. Com 123 parlamentares, a nova federação ultrapassa o PL, que possui 91 cadeiras, e a federação formada por PT, PCdoB e PV, com 80 deputados.
A bancada na Câmara dos Deputados soma 109 parlamentares, garantindo hegemonia em votações estratégicas e grande capacidade de articulação. No Senado, a União Progressista passa a contar com 14 senadores, número que a coloca em empate técnico com os blocos do PSD e do PL na Casa Alta.
A estrutura de comando da nova federação será compartilhada. Até dezembro deste ano, a presidência será exercida de forma conjunta por Antônio Rueda, atual presidente do União Brasil, e Ciro Nogueira, líder nacional do PP. A partir de janeiro de 2026, será instituído um sistema de rodízio na liderança, começando com Rueda, o que visa garantir equilíbrio interno entre as forças políticas da federação.
A presença do deputado Arthur Lira, ex-presidente da Câmara, como um dos articuladores da nova aliança, reforça o peso institucional da União Progressista e projeta a federação como protagonista no xadrez político das eleições de 2026. O bloco já nasce com ampla capilaridade municipal, base sólida no Congresso e forte poder de financiamento — características que tendem a influenciar diretamente a configuração das futuras disputas estaduais e nacionais.
Reflexo no Tocantins
No Tocantins, a federação une nomes de peso com ambições claras:
Senadora Professora Dorinha Seabra (UB), que pretende disputar o governo do Estado;
Deputado federal Vicentinho Júnior (PP), cotado para disputar uma vaga no Senado;
Deputado federal Carlos Gaguim (UB), também pré-candidato ao Senado.
Com a federação, esses três líderes terão de compartilhar o mesmo espaço político, administrar interesses internos e construir consensos estratégicos, especialmente no que diz respeito à formação de chapas e alianças nos municípios. A gestão conjunta no Tocantins será um verdadeiro teste de maturidade política e de coesão entre os grupos.
“A federação entre UB e PP consolida uma força inédita na política tocantinense, com domínio em 37,41% das prefeituras do Estado. É uma base sólida, territorialmente capilarizada, e que se projeta como um fator decisivo na disputa de 2026”, avalia um interlocutor ligado aos bastidores da aliança.
Além de reorganizar o tabuleiro eleitoral, a criação da União Progressista também exigirá a elaboração de um estatuto unificado, que está sendo discutido pelos dirigentes das duas legendas. A proposta é estabelecer diretrizes comuns, regras internas e critérios de funcionamento que assegurem o equilíbrio entre as forças que compõem o novo arranjo.
Enquanto no plano nacional a federação promete influenciar votações e decisões estratégicas no Congresso, no Tocantins, ela pode ser determinante para a composição das chapas majoritárias e proporcionais. Os próximos meses devem ser de articulações intensas, com foco na manutenção da unidade interna e na construção de palanques fortes nos principais colégios eleitorais do Estado.
Com essa movimentação, o Tocantins entra na linha de frente de um projeto político robusto e nacionalizado, cujo alcance eleitoral se apoia tanto na força institucional de seus representantes quanto no controle territorial e financeiro conquistado com a nova federação.