A entrevista concedida pelo governador Wanderlei Barbosa à Gazeta do Cerrado, nesta quinta-feira (14), agitou o meio político tocantinense e deixou claro que o tabuleiro eleitoral do estado começa a se reorganizar antes mesmo do ano eleitoral. Com falas diretas, o chefe do Executivo reafirmou a força da sua base na Assembleia Legislativa, comentou o afastamento da senadora Professora Dorinha (União Brasil) e cravou o presidente da Assembleia, Amélio Cayres, como o nome do Republicanos para 2026.
O governador fez questão de sublinhar que governa com mais de 18 deputados alinhados administrativamente, um capital político que garante estabilidade institucional e capacidade de articulação.
“A base você trata como base, a oposição você trata como oposição. Eu respeito todos, tanto é que sou o único governador que pago inclusive emendas de todos os deputados. Tem alguns que atrasam, às vezes até da nossa base mesmo, mas sempre pagamos. Então a gente tem essa relação, tem uma relação boa com os municípios, com os prefeitos, independente do partido deles”, afirmou.
No campo político, Wanderlei prefere adiar definições para 2025, mas já sinaliza que a engrenagem eleitoral está em movimento.
“Temos 18 deputados tranquilamente. A gente respeita a opinião de todos, tem a opinião política que será esclarecida o ano que vem e, na questão administrativa, nós temos até mais de 18”, disse.
Ao falar sobre Dorinha, o governador reconheceu respeito e trajetória, mas apontou um distanciamento.
“Eu respeito muito a senadora, foi a pessoa que a minha base ajudou a eleger. Da mesma forma que a base dela ajudou a me eleger, a gente tem essa relação, essa relação boa. Toda vez que nos encontramos, a gente tem um respeito um pelo outro, temos nos encontrado menos, até porque ela afastou um pouco da minha base, e deixou isso claro quando disse que não precisava de opinião de ninguém, que ninguém interferisse na candidatura dela, e nós respeitamos isso”.
Ele reforçou que a porta segue aberta: “Se ela quiser estar na minha base, vai estar na minha base, porque eu nunca retirei ninguém da minha base política. (…) Agora, se ela não precisar de opinião para ser candidata, aí não vai contar comigo”.
Sobre 2026, Wanderlei não deixou dúvidas:
“O Amélio é o nome do nosso partido. O Eduardo Gomes é o nome do PL, a senadora Dorinha é o nome do União Brasil, a gente respeita cada partido. Somos um partido que elegeu o maior número de deputados estaduais, o maior número de deputados federais, prefeitos e vereadores. O Amélio vem fazendo um avanço importante, o nome dele tem sido mostrado e tem tido bom desempenho. Nós temos feito pesquisa para consumo interno e o nome dele é um nome bom, fácil, simples. Então nós vamos continuar nessa mesma pegada”.
Mais que uma declaração de apoio, o discurso de Wanderlei funciona como um recado: o Republicanos, partido que conquistou o maior número de cadeiras na Assembleia, na Câmara Federal e em prefeituras, vai para o embate com um nome competitivo e estruturado. No xadrez político local, quem parte com a máquina, a maioria legislativa e um candidato testado já começa a disputa em vantagem.
