O ex-governador do Tocantins, Mauro Carlesse, divulgou nesta terça-feira, 30, um vídeo nas redes sociais em que critica duramente uma suposta nova denúncia envolvendo contratos públicos durante sua gestão. A declaração ocorre após a divulgação de matéria apontando um desvio de R$ 10 milhões em licitações realizadas no período em que ele esteve à frente do Executivo estadual.
No vídeo, Carlesse classificou as acusações como “absurdas” e afirmou que está sendo vítima de uma perseguição política e pessoal orquestrada, segundo ele, por setores da Polícia Civil. “Desde 2018, 2019, estou sendo investigado e até agora não apresentaram uma única prova. É uma grande perseguição, querem me desmoralizar, me colocar como chefe de quadrilha. Isso é inaceitável”, disse, visivelmente indignado.
O ex-governador também contestou a legalidade das investigações conduzidas pela Secretaria de Segurança Pública, alegando que o órgão estaria agindo fora de sua competência.
“Estão usando o Estado para mentir. Onde está o erro? O erro está na cabeça deles, na falta de caráter e de responsabilidade de acusar sem provas”, afirmou.
Carlesse fez questão de relembrar ações de seu governo, destacando o equilíbrio fiscal, a regularização da folha de pagamento, as reformas em delegacias e a distribuição de cestas básicas durante a pandemia de Covid-19.
“Eles esquecem que deixei R$ 2 bilhões em caixa e todas as contas do Estado em dia. Fui preso injustamente por 64 dias por uma invenção. Se tivessem provas, eu não estaria aqui”, declarou.
Ao final da gravação, o ex-governador disse confiar na justiça divina e na justiça dos homens, e reforçou que não tem medo de se defender publicamente.
“Eu não devo. Eu não fiz nada de errado. Talvez não agradei meia dúzia dentro da polícia civil, mas fiz o que precisava ser feito para colocar ordem na casa”, finalizou.
Procuradas, até o momento as autoridades citadas não se manifestaram publicamente sobre a nova manifestação de Carlesse. O caso reacende o embate entre o ex-chefe do Executivo e setores da segurança pública, marcado por acusações, prisões e denúncias desde o fim de seu mandato.