O ex-deputado federal Tiago Dimas (Podemos) deverá retornar à Câmara dos Deputados nos próximos dias, após o Supremo Tribunal Federal (STF) publicar o acórdão que altera o critério de distribuição das chamadas sobras eleitorais. A medida obriga o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a notificar os tribunais regionais para a retotalização dos votos das eleições de 2022, o que mudará a composição da bancada federal do Tocantins.
Com 42.970 votos obtidos no último pleito, Dimas deve assumir a vaga atualmente ocupada por Lázaro Botelho (Progressistas), que somou 13.688 votos. A troca decorre da reinterpretação do STF sobre a última fase de distribuição das vagas, que agora considera todas as siglas que tenham atingido o quociente eleitoral mínimo, ampliando o alcance da representatividade proporcional.
Além do retorno ao Parlamento, Dimas terá papel estratégico em outro processo relevante: a fusão entre o Podemos e o PSDB, que está em fase avançada de articulação no plano nacional. Como presidente estadual do Podemos, caberá a ele coordenar a reestruturação partidária no Tocantins, conciliando interesses locais e diretrizes da executiva nacional, atualmente sob a liderança da deputada Renata Abreu (SP).
No Tocantins, o processo de fusão envolve uma equação delicada: o comando estadual do PSDB está nas mãos da ex-prefeita de Palmas, Cinthia Ribeiro, enquanto o Podemos é representado no estado principalmente pelo atual prefeito da Capital, Eduardo Siqueira Campos, aliado direto de Dimas. Os dois grupos têm trajetórias políticas distintas e um histórico de distanciamento, especialmente após a transição administrativa na prefeitura de Palmas.
Esse cenário torna a fusão um desafio de articulação interna, exigindo a construção de consensos entre lideranças com visões e históricos divergentes. A expectativa é que o novo partido consolide força para disputar espaço nas eleições de 2026, tanto nas proporcionais quanto nas majoritárias.
Com o retorno à Câmara e a condução da fusão partidária, Tiago Dimas volta ao centro das articulações políticas do estado. A movimentação fortalece seu nome como liderança de expressão nacional e estadual, e o recoloca como figura estratégica para o redesenho das alianças visando o próximo ciclo eleitoral.
Embora ainda não tenha formalizado intenções eleitorais para 2026, sua posição de comando em um partido fortalecido e o protagonismo no Congresso tendem a ampliar seu peso político no cenário tocantinense. A fusão com o PSDB, se bem conduzida, pode criar uma nova força capaz de disputar protagonismo com os atuais grupos de poder no estado.