A nova fase da Operação Sisamnes, deflagrada pela Polícia Federal na manhã desta sexta-feira (27), levou à prisão de três pessoas em Palmas, incluindo dois nomes diretamente ligados ao sistema de Justiça: o advogado Antonio Ianowich Filho e o policial civil Marcos Albernaz. Ambos são investigados por envolvimento em um esquema de vazamento de informações sigilosas de inquéritos do Superior Tribunal de Justiça (STJ).
O terceiro preso na operação é o prefeito de Palmas, Eduardo Siqueira Campos (Podemos), também suspeito de participar do esquema.
As ordens de prisão preventiva e busca foram expedidas pelo ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF), que conduz o inquérito. Ao todo, foram cumpridos três mandados de prisão e três de busca e apreensão em Palmas.
Segundo a Polícia Federal, o policial civil Marcos Albernaz usava sua função para ter acesso a informações restritas de investigações sensíveis e, de forma ilegal, compartilhava esses dados. Por sua vez, o advogado Antonio Ianowich Filho seria responsável por repassar essas informações a terceiros e articular estratégias para proteger pessoas que estavam na mira de operações da própria PF.
A investigação aponta que o grupo operava como uma rede de influência, atuando para blindar aliados, comprometer ações judiciais e até antecipar medidas de busca e apreensão, prisões e outros desdobramentos.
O vazamento das informações sigilosas teria causado prejuízos diretos à eficácia de investigações conduzidas pela Polícia Federal, segundo o relatório da corporação.
Esta é a 10ª fase ostensiva da Operação Sisamnes, que investiga desde 2023 uma suposta organização criminosa formada por agentes públicos, advogados, empresários e operadores externos, todos suspeitos de envolvimento em esquemas de tráfico de influência, venda de decisões judiciais, lavagem de dinheiro e obstrução de investigações.
Em fases anteriores, outros advogados, servidores públicos e empresários também foram presos por participação no mesmo esquema.
Até o momento, nem a Secretaria da Segurança Pública do Tocantins (SSP-TO), nem a Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Tocantins (OAB-TO) se manifestaram sobre o envolvimento dos dois profissionais presos.
As investigações seguem sob sigilo no STF, e a Polícia Federal não descarta novas prisões e desdobramentos.