A Polícia Federal cumpriu, na manhã desta sexta-feira (18), dois mandados de busca e apreensão em endereços ligados ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A ação foi autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), no âmbito da Petição nº 14129.
Como parte das medidas cautelares determinadas pela Corte, Bolsonaro foi conduzido à Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal para colocação de tornozeleira eletrônica. Ele também está proibido de utilizar redes sociais e de manter contato com outros investigados, embaixadores ou representantes diplomáticos estrangeiros.
A decisão judicial ainda impõe ao ex-presidente a obrigação de permanecer em casa entre 19h e 7h (recolhimento domiciliar noturno), além da proibição de se ausentar da comarca do Distrito Federal sem autorização. Desde fevereiro deste ano, Bolsonaro já estava com o passaporte retido por determinação da Justiça.
Em nota oficial, a Polícia Federal confirmou o cumprimento das diligências e informou que as medidas foram determinadas pelo Supremo Tribunal Federal, sem divulgar mais detalhes sobre o teor da decisão, que corre sob sigilo.
A defesa do ex-presidente se manifestou afirmando ter recebido "com surpresa e indignação" a decisão.
“O ex-presidente Jair Bolsonaro sempre cumpriu com todas as determinações do Poder Judiciário. A defesa irá se manifestar oportunamente, após ter acesso completo à decisão judicial”, diz a nota assinada pelos advogados.
O Partido Liberal, ao qual Bolsonaro é filiado, também divulgou nota oficial, na qual expressa "estranheza e repúdio" à operação. Segundo o presidente da sigla, Valdemar Costa Neto, o ex-presidente “sempre esteve à disposição das autoridades competentes”. O líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante, também criticou publicamente a medida.
A decisão do STF representa mais um desdobramento das investigações que envolvem Bolsonaro em diferentes frentes, incluindo suspeitas de tentativa de golpe de Estado e outros inquéritos em tramitação no Supremo.