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Sessão da Câmara expõe racha político e amplia desgaste entre vereadores e prefeito em Colinas

Por Thiago de Castro - Correio do Tocantins
19/08/2025 15h28 - Atualizado há 2 dias
4 Min

A noite dessa segunda-feira, 18 na Câmara Municipal de Colinas do Tocantins, não foi apenas mais uma sessão legislativa. O plenário virou arena de embates verbais, em que aliados e opositores do prefeito Kasarin trocaram farpas e expuseram, em rede aberta, um desgaste político que vai além da polêmica sobre os R$ 144 mil recebidos pelo gestor.

A denúncia que incendiou o debate

Foi a vereadora NaIara Miranda(MDB) quem acendeu o estopim. Da tribuna, cobrou explicações sobre o pagamento registrado como “rescisão contratual”:

 

“Mandato eletivo não é vínculo trabalhista. Prefeito, vice e vereadores recebem subsídio, não salário. E subsídio não gera rescisão contratual.”

 

Ela questionou não apenas a legalidade, mas também a transparência:

 

“A população tem o direito de saber como se chegou a esse valor. São inúmeras interrogações e nenhuma explicação.”

 

A fala ecoou na plateia e encontrou eco em outros parlamentares.

A defesa e a confiança

Na sequência, Jefferson Bandeira(Republicanos) saiu em defesa de Kasarin. Em tom pessoal, lembrou dos anos em que foi chefe de gabinete:

 

“O prefeito Kasarin é extremamente correto com a coisa pública. Se houver alguma falha, tenho certeza de que ele mesmo vai corrigir.”

 

Já Gildeon Morais(Republicanos) reforçou o argumento da boa-fé:

 

“O que me chamou atenção foi o prefeito dizer que, se estiver errado, vai pagar. Eu acredito nele porque trabalhei muito tempo ao lado dele.”

 

As críticas mais duras

Mas os discursos seguintes mostraram que a Câmara não fala em uníssono. Edmilson Bolota usou o microfone para denunciar perseguições políticas:

 

“Quer prejudicar o vereador, prejudique o vereador. Mas não podemos maltratar o eleitor, afastando servidores apenas por amizade política.”

 

Marcos Júnior Guimarães(Republicanos) foi além e cutucou a contradição do prefeito:

 

“Não podemos ter salário de R$ 9 mil e sermos acusados de privilégios, enquanto ele recebe quase R$ 145 mil de uma só vez. Para atacar o telhado dos outros, é preciso não ter teto de vidro.”

 

Já a vereadora professora Elma(UB) resumiu a cobrança de responsabilidade:

 

“Se houve erro, é devolver o dinheiro. Gestor responde pela sua pasta e não adianta jogar a culpa no secretário.”

 

Contexto jurídico e fissuras políticas

O vereador Leandro Coutinho(PSDB) recordou que a emenda aprovada em dezembro de 2023 não autorizava pagamentos retroativos:

 

“Se fosse para valer, só poderia ser a partir de 2025. Qualquer interpretação diferente é erro.”

 

Foi, no entanto, o presidente da Casa, Augusto Agra(UB), quem deu o tom mais duro e sinalizou o desgaste da Câmara com o Executivo:

 

“Pode até devolver agora, mas o crime já foi cometido. A lei orgânica é clara: subsídios só valem para a legislatura seguinte. O erro foi cometido, e esta Casa vai representar aos órgãos competentes.”

 

A fala marcou um divisor de águas: não apenas a oposição, mas a própria mesa diretora expôs distância do prefeito, reforçando a independência do Legislativo.

Requerimentos e consequências

O clima de desconfiança se traduziu em medidas práticas. A Câmara aprovou requerimentos exigindo cópia integral de contracheques do prefeito, vice e secretários entre 2021 e 2024, além de processos de contratações e licitações firmadas pela gestão.

Mais que números, política

O caso dos R$ 144 mil deixou de ser apenas uma questão contábil. Na sessão de 18 de agosto, o plenário mostrou que, em Colinas, o tema virou símbolo de disputa política. Para uns, Casarin ainda é um gestor correto que será capaz de corrigir falhas; para outros, o episódio expôs contradições, perseguições e a necessidade de responsabilização.

O certo é que a crise abriu um novo capítulo na relação entre Executivo e Legislativo. E, como disse um vereador nos corredores ao fim da sessão, “depois de ontem, nada volta a ser como antes.”


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