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STJ sob pressão: oito gabinetes já aparecem em investigação da PF sobre venda de sentenças

Por Thiago de Castro - Jornal Correio do Tocantins
02/09/2025 10h51 - Atualizado há 1 dia
3 Min

A Operação Sisamnes, conduzida pela Polícia Federal (PF), ganhou novos desdobramentos ao revelar que minutas de decisões judiciais atribuídas a mais quatro ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ), além de um ex-integrante da Corte, foram localizadas em documentos apreendidos. A descoberta eleva para oito o número de gabinetes mencionados em meio às investigações, quase um quarto dos 33 ministros do tribunal.

Novos nomes no radar

Até então, as apurações se concentravam nos gabinetes de Isabel Galotti, Moura Ribeiro, Nancy Andrighi e Og Fernandes. Agora, entram também Marco Buzzi, Antônio Carlos Ferreira, João Otávio de Noronha e Ricardo Villas Bôas Cueva, além do ex-ministro Paulo de Tarso Sanseverino, falecido em 2023.

Todos os ministros citados negaram qualquer envolvimento ou conhecimento sobre vazamentos e afirmaram nunca ter atuado em favor de lobistas. O STJ, por sua vez, informou que instaurou sindicâncias internas e pediu investigações à PF, que seguem em andamento.

O que revelaram os arquivos

As novas evidências surgiram a partir da análise do notebook do lobista Andreson de Oliveira Gonçalves e do celular do advogado Roberto Zampieri, assassinado em 2023. Neles, foram encontradas minutas compatíveis com decisões oficiais do STJ, além de documentos falsificados que simulavam atos da Corte.

Entre os arquivos falsos, havia inclusive uma decisão de prisão atribuída a Og Fernandes que jamais existiu. A suspeita é de que Andreson teria usado esses materiais para atrair clientes e extorquir empresários.

A PF destacou que a simples presença desses documentos não comprova participação dos ministros, mas exige análise minuciosa para verificar a autenticidade e a origem dos textos.

Exemplos de casos sob suspeita

  • Marco Buzzi: minuta sobre disputa fundiária criada dois meses antes da decisão oficial; em outro processo, documento redigido semanas antes do julgamento sobre telefonia e seguradora.

  • Ricardo Villas Bôas Cueva: minuta localizada quatro dias antes de sessão da Terceira Turma, em fevereiro de 2024.

  • Paulo de Tarso Sanseverino: arquivo gerado um dia antes da publicação da decisão, registrado no sistema da Secretaria de Tecnologia da Informação e Comunicação do STJ.

  • João Otávio de Noronha: minuta compartilhada antes da divulgação no Diário Oficial, mas já após o julgamento colegiado, hipótese que pode afastar irregularidade.

  • Antônio Carlos Ferreira: decisão sobre indenização no RS, cuja minuta foi repassada ao lobista em agosto de 2019, sendo publicada oficialmente apenas em outubro.

Expansão da apuração

As informações que ampliaram o alcance da Operação Sisamnes surgiram de forma inesperada. O material recolhido no celular de Zampieri, inicialmente para apurar o homicídio do advogado, revelou indícios de tráfico de decisões judiciais.

O caso foi repassado ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que identificou diálogos entre Zampieri e Andreson. Esses dados foram compartilhados com a Polícia Federal, responsável pelo inquérito que tramita sob relatoria do ministro Cristiano Zanin no Supremo Tribunal Federal (STF).

Segundo relatório parcial obtido pelo Estadão, o volume de provas recém-identificadas amplia o escopo da investigação e pode revelar conexões ainda não mapeadas entre lobistas, advogados e estruturas internas do STJ.


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