A influenciadora Maria Karollyny Campos Ferreira, conhecida como Karol Digital, virou ré após denúncia oferecida pelo Ministério Público do Tocantins (MPTO). Presa desde agosto deste ano, durante a Operação Fraus, da Polícia Civil, ela responderá por exploração de jogos de azar, lavagem de dinheiro, crime contra a economia popular e participação em organização criminosa.
A denúncia foi protocolada pela 1ª Promotoria de Justiça de Araguaína na segunda-feira (29) e aceita pela Justiça nesta terça-feira (30). Além da influenciadora, também foram denunciados o namorado, a mãe e um consultor financeiro de Karol Digital.
Maria Karollyny Campos Ferreira (Karol Digital): jogos de azar, crime contra a economia popular, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
Dhemerson Rezende Costa (namorado): jogos de azar, crime contra a economia popular, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
Maria Luzia Campos de Miranda (mãe da influenciadora): lavagem de dinheiro e organização criminosa.
Cristiano Arruda da Silva (consultor financeiro): lavagem de dinheiro e organização criminosa.
O juiz Kilber Correia Lopes, da 1ª Vara Criminal de Araguaína, destacou ao aceitar a denúncia que “os atos praticados pelos denunciados, em tese, configuram crime, e estão presentes os pressupostos processuais e as condições da ação”.
De acordo com a denúncia, Karol Digital controlava a divulgação em redes sociais e recebia a maior parte dos valores movimentados com os jogos, que depois eram repassados a terceiros e convertidos em imóveis e veículos.
O namorado, Dhemerson Rezende, teria incentivado a continuidade das práticas ilegais e auxiliava na movimentação dos altos valores.
A mãe da influenciadora, Maria Luzia, seria responsável por ocultar patrimônio imobiliário, administrando imóveis adquiridos de forma ilícita. Muitos deles permaneceram registrados em nome de terceiros, mas eram alugados, e os valores transferidos às suas contas.
Já o consultor financeiro Cristiano Arruda teria atuado como operador técnico, criando estratégias para reduzir a atenção dos órgãos de fiscalização, inclusive por meio da abertura de uma holding para blindagem patrimonial.
O advogado Juvenal Klayber, que representa Karol Digital, o namorado e a mãe dela, afirmou que a defesa recebe a denúncia “com tranquilidade” e acredita que a inocência dos clientes será comprovada ao final do processo.
Em nota, Cristiano Arruda declarou que sua atuação “limitou-se ao exercício regular da profissão de contador, sem qualquer envolvimento nos fatos investigados”.
Karol foi presa em 22 de agosto de 2025, em Araguaína, quando a Polícia Civil cumpriu 23 mandados de busca e apreensão. Ela está detida na Unidade Penal Feminina de Ananás, enquanto o namorado está na Casa de Prisão Provisória de Araguaína.
Na operação, foram apreendidos sete veículos de luxo, avaliados em aproximadamente R$ 5,5 milhões, incluindo um Porsche de R$ 979 mil, uma RAM 3500 de R$ 475 mil e uma McLaren Artura de R$ 3,1 milhões.
A Justiça também bloqueou sete imóveis, seis em Araguaína e um em Babaçulândia. Entre eles está a chamada “Mansão da Digital”, usada em agosto deste ano para a gravação de um reality show com 27 participantes.
