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Fantástico expõe investigação da PF que resultou no afastamento do governador Wanderlei Barbosa

Reportagem da TV Globo revelou detalhes de um suposto esquema de corrupção com desvios de R$ 73 milhões em contratos de cestas básicas durante a pandemia; decisão do STJ afastou o governador por seis meses.

Por Thiago de Castro - Correio do Tocantins
06/10/2025 12h27 - Atualizado há 8 horas
4 Min

A crise política no Tocantins ganhou novo capítulo neste domingo (5), após o Fantástico, da TV Globo, divulgar os bastidores da investigação da Polícia Federal que levou ao afastamento do governador Wanderlei Barbosa (Republicanos). Segundo as apurações, um esquema de desvio de recursos públicos teria movimentado mais de R$ 73 milhões por meio de contratos fraudulentos firmados durante o período de emergência da pandemia de Covid-19.

Empresas de fachada e notas frias

De acordo com a reportagem, as investigações apontam que empresas de fachada teriam sido criadas para simular a entrega de cestas básicas e produtos alimentícios destinados à população em situação de vulnerabilidade. As notas fiscais, segundo a PF, eram falsificadas ou duplicadas, e os valores repassados ao Estado acabavam desviados com ajuda de operadores financeiros ligados ao núcleo político do governo.

O levantamento mostra que parte dos recursos teria sido desviada entre 2020 e 2021, período em que Wanderlei Barbosa ainda ocupava o cargo de vice-governador. O suposto esquema teria sido mantido após sua ascensão ao comando do Executivo estadual.

Envolvimento de aliados e familiares

A investigação menciona a participação direta da primeira-dama, Karynne Sotero, apontada como uma das articuladoras do grupo. Ela teria mantido contato com o empresário Paulo César “PC” Lustosa, seu ex-marido, responsável por movimentar valores e intermediar contratos suspeitos.

Também aparecem nas apurações Wilton Rosa Pires e Maria “Bispa” Socorro Guimarães, citados como responsáveis pela negociação de propinas e vantagens indevidas em pagamentos a fornecedores. Parte do dinheiro teria sido usada na construção de um resort registrado em nome do filho do governador, Rérison Castro, identificado pela PF como possível laranja no esquema.

Áudios interceptados pela Polícia Federal, e exibidos na reportagem, mostram conversas entre os envolvidos tratando da divisão dos valores desviados e da manutenção dos contratos fraudulentos.

Afastamento e operação da PF

Na segunda fase da Operação Fames-19, deflagrada em setembro, a Polícia Federal apreendeu R$ 52 mil na casa de Wanderlei Barbosa e cerca de R$ 700 mil em espécie com outros investigados.

O ministro Mauro Campbell Marques, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), determinou o afastamento do governador por seis meses, citando a existência de um “núcleo político” liderado por Wanderlei e Karynne, no topo de uma estrutura que incluía servidores públicos e empresários. O magistrado alertou para o risco de interferência nas investigações caso o governador permanecesse no cargo.

Defesas negam as acusações

Em nota enviada ao Fantástico, as defesas de Wanderlei Barbosa e Karynne Sotero negaram as acusações, afirmando que o então vice-governador não tinha controle sobre os repasses e que o casal não mantém contato com os demais investigados desde 2017.

As representações de PC Lustosa e Wilton Pires também rejeitaram as denúncias, alegando inexistência de contratos com o Estado. A Bispa Socorro Guimarães não se pronunciou.

Histórico de crises no Tocantins

O episódio reforça o desgaste político vivido pelo Tocantins nas últimas décadas. Com o afastamento de Wanderlei Barbosa, o Estado soma três governadores eleitos impedidos de concluir seus mandatos — Marcelo Miranda, Mauro Carlesse e agora Wanderlei.

O caso volta a colocar em evidência a necessidade de resgatar a ética e a transparência na condução do Estado, que, embora jovem, acumula uma sucessão de escândalos e crises políticas que abalam a confiança da população nas instituições públicas.

Assista a reportagem completa


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