O Tocantins registrou 8.849 focos de queimadas até o início de outubro de 2025, conforme dados divulgados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Apesar da redução de 42% em relação ao mesmo período do ano anterior, o Estado ainda ocupa a terceira posição nacional no ranking de ocorrências, atrás apenas de Maranhão e Mato Grosso.
O levantamento do Inpe aponta que o Maranhão lidera o número de queimadas, com 11.511 focos, seguido pelo Mato Grosso, com 9.399. No total, o Brasil soma 81.374 registros em 2025 o menor número da última década e 62% inferior ao do mesmo período de 2024, quando o país enfrentou uma das piores crises de incêndios florestais recentes.
Mesmo com o recuo, o cenário ainda exige cautela. Especialistas alertam que a combinação de altas temperaturas, ventos fortes e baixa umidade condições típicas do período de estiagem continua favorecendo o surgimento e a propagação de focos em áreas de vegetação densa e zonas rurais.
De acordo com técnicos do Inpe, outubro segue como um dos meses mais críticos para o avanço das queimadas, principalmente nas regiões centro-norte do país, onde o clima seco se prolonga e a chuva ainda é escassa.
O governo estadual e órgãos ambientais mantêm ações de monitoramento e brigadas de combate em operação nas regiões mais afetadas, especialmente no Bico do Papagaio, Jalapão e sudeste do Estado, áreas historicamente vulneráveis. As autoridades também reforçam a importância da participação da população na prevenção, evitando o uso do fogo para limpeza de pastos e descarte irregular de resíduos.
Apesar do avanço representado pela redução dos números, o desafio continua sendo estrutural: equilibrar o desenvolvimento agropecuário e o uso racional do solo com a preservação ambiental e a segurança das comunidades rurais.
Com o melhor resultado em dez anos, os dados do Inpe indicam que as políticas de prevenção e as condições climáticas menos severas ajudaram a conter o avanço das queimadas em boa parte do país. Ainda assim, o alerta permanece para estados como Tocantins, Pará e Mato Grosso, onde o fogo segue como ameaça recorrente durante a estiagem.