O gás de cozinha, item essencial para os moradores, está ficando cada vez mais caro. Um levantamento do Procon apontou que o produto pode chegar a R$ 140 no Tocantins. O valor equivale a mais de 10% do salário mínimo.
Abaixo você confere o preço mais alto encontrado nas principais cidades do estado:
Tocantinópolis - R$ 140 (segundo pesquisa feita em 20 de abril)
Palmas - R$ 135 (segundo pesquisa feita em 26 de abril)
Paraíso do Tocantins - R$ 135 (segundo pesquisa feita em 28 de abril)
Dianópolis - R$ 135 (segundo pesquisa feita em 19 de abril)
Gurupi - R$ 130 (segundo pesquisa feita em 10 de maio)
Porto Nacional - R$ 130 (segundo pesquisa feita em 10 de maio)
Araguaína - R$ 130 (segundo pesquisa feita em 20 de abril)
Guaraí - R$ 130 (segundo pesquisa feita em 19 de abril)
Araguatins - R$ 130 (segundo pesquisa feita em 25 de abril)
Colinas do Tocantins - R$ 125 (segundo pesquisa feita em 10 de maio)
O reajuste do valor está ligado a inflação, a alta do dólar, à guerra na Ucrânia e outros fatores externos.
"O dólar já voltou para patamares acima de R$ 5, isso provoca novas ondas no preço do gás, que é um produto de consumo principalmente da classe menos favorecida, que hoje já estende mais do que 10% para quem ganha um salário mínimo para comprar um botijão de gás", explicou o economista Wellington Lopes.
A alta impacta diretamente no bolso do empresário que trabalha no setor de alimentos. Junior Felipe é gerente de duas panificadoras em Palmas. Nos estabelecimentos usados em média 20 botijões de gás por mês.
"Acaba que a gente não dá conta, tem de repassar para o cliente, fazer uma precificação, cortar gastos, mudar o cardápio de algum jeito, sem fazer com que os clientes corram da gente".
O preço praticado no Tocantins é maior que a média nacional. Segundo a Agência Nacional de Petróleo, o produto mais caro foi encontrado em Santa Catarina a R$ 160. O produto mais barato é vendido na Bahia e no Rio de Janeiro, comercializado a R$ 88.
No Tocantins, a alta do diesel também está entre os fatores que elevam o preço do produto.
"O litro de óleo para motor que custava R$ 18, hoje custa trinta e tantos. Então subiu muito, exageradamente todos os insumos da cadeia do transporte e do GLP", explicou o vice-presidente do Sindicato dos Revendedores de Gás, José Carlos Lima.
Para diminuir o impacto sobre as famílias mais vulneráveis, o governo criou o vale gás. O programa já beneficiou 10 mil famílias em 52 municípios estaduais, mas o preço tem dificultado o credenciamento de novas empresas.
"A gente sabe que o preço do gás teve um reajuste e nós precisamos respeitar isso também para o fornecedor conseguir entregar. Nós estamos credenciando novas empresas para fornecer para o restante dos municípios", afirmou gerente de proteção básica da Secretaria de Estado e Assistência Social, Raiza Ramos.
A orientação dos especialistas é cortar gastos e priorizar o essencial.
"É realmente tentar reequilibrar o seu orçamento, que é uma coisa muito difícil, deixar de consumir algum bem que não seja tão essencial para poder consumir aquilo que é necessário, que é o gás de cozinha, que é o alimento", finalizou o economista Wellington.