Professores da rede municipal de Gurupi, no sul do estado, continuam em greve nesta segunda-feira (29). A paralisação, que começou no dia 17 de agosto, completa 12 dias sem acordo. Os profissionais da educação cobram da Prefeitura um reajuste de 33,24% no piso da carreira do magistério.
Apesar da prefeitura afirmar que a greve terminou, os professores concursados continuam fora das salas de aula. O Sindicato dos Trabalhadores em Educação no Estado do Tocantins (Sintet) informou que ao longo desta segunda-feira estão previstas programações, como um café da manhã na porta da prefeitura de Gurupi e uma passeata. A concentração é na praça Santo Antônio.
O impasse entre a prefeitura e servidores gerou mudanças. O Diário Oficial Municipal de Gurupi de domingo (28) trouxe a substituição de nove diretoras de escolas municipais ao considerar a greve uma "situação emergencial e calamitosa de caráter público".
O movimento já pode ter afetado mais de 8 mil alunos matriculados nas escolas do município. A Prefeitura de Gurupi informou na última quarta-feira (24) que cortaria a frequência de professores se greve continuasse até o fim de semana e pediu que os pais levassem os filhos para as escolas nesta segunda-feira (29).
Durante levantamento, o g1 encontrou escolas sem funcionar. No início da manhã a Escola Municipal José Pereira da Cruz estava aberta, mas somente com professores contratados trabalhando.
Uma funcionária que não será identificada disse que alunos tinham chegado à escola, mas não havia educadores suficientes para atendê-los. Na Escola Municipal Vila Nova os professores também continuam em greve.
A paralisação
A greve começou na quarta-feira (17) na cidade e pelo menos 19 escolas ficaram sem aulas. A prefeita Josi Nunes disse que não tem condição de atender o pedido da categoria, que exige cobra reajuste de 33,24% do piso na carreira. Na quinta-feira (18), o Sindicato dos Trabalhadores em Educação no Estado do Tocantins rejeitou a proposta do município para um reajuste de 5% no piso.
No sábado (20), uma liminar do Tribunal de Justiça do Tocantins considerou a greve ilegal. O Sintet disse que iria recorrer da decisão e continuou com a greve. Na segunda-feira (22), o sindicato informou que enviou uma contraproposta à prefeitura, mas que foi rejeitada, por isso os professores não retornaram às salas de aula.
Quando a greve começou o município afirmou que tem tomado medidas para dar efetividade ao Planos de Cargos, Carreiras e Remuneração da educação, concedendo progressões verticais e horizontais, atualizando o piso salarial e pagando retroativos. Também afirmou que pediu um prazo de 60 dias para fazer novos estudos financeiros e estava aberta ao diálogo.