26/07/2023 às 12h13min - Atualizada em 26/07/2023 às 13h00min

Polícia Civil deflagra operação para coibir conflitos agrários em Wanderlândia

Disputa envolve propriedade de aproximadamente 400 alqueires, onde cerca de 50 famílias de posseiros estão vivendo. Grupo investigado teria chegado do Paraná querendo tomar posse da terra.

- Correio do Tocantins
Mandados de busca e apreensão foram cumpridos pela Polícia Civil em uma operação para investigar e coibir conflitos agrários na zona rural de Wanderlândia, no norte do estado. A operação teve início nas primeiras horas da manhã desta quarta-feira (23) e foi chamada de Terra Tombada.

Segundo a polícia, a disputa envolve uma fazenda aproximadamente 400 alqueires, onde cerca de 50 famílias de posseiros estão instaladas. Recentemente, um grupo de pessoas que seria do Paraná chegou à cidade querendo tomar posse da área e fazendo ameaças.

 
“Começou a ameaçar os posseiros que já estavam no local com a utilização de armas de fogo, colocando câmeras nas proximidades das residências, intimidando e fazendo propostas de compras de lotes daqueles que quisessem deixar as terras, acordos esses que nunca eram cumpridos”, explicou o delegado Márcio Lopes da Silva.

O caso começou a ser investigado pela 30ª Delegacia de Wanderlândia depois que os posseiros, por meio de uma associação, registraram vários boletins de ocorrência denunciando as ameaças.

Segundo a polícia, foram vários relatos de episódios de violência. Durante a investigação a polícia identificou os suspeitos, que estavam vivendo em barracos e construindo uma casa na fazenda. O homem apontado como chefe do grupo também foi identificado e está morando em uma casa no centro de Wanderlândia.

Diante das denúncias a Justiça autorizou os dois mandados de busca e apreensão nos locais apontados como reduto do grupo. Na manhã desta quarta-feira (26) a polícia esteve nos endereços e apreendeu aparelhos e documentos.

A polícia identificou que um dos homens que estava na fazenda tinha um mandado de prisão em aberto. Outros três investigados já tinham sido presos em dezembro do ano passado pela Polícia Militar, mas ganharam direito de responder em liberdade.
Os investigados alegaram que estavam a serviço de um advogado ainda não identificado pela polícia.



A operação contou dezenas de policiais civis da 30ª Delegacia de Wanderlândia, com apoio de policiais da 3ª Divisão de Combate ao Crime Organizado (3ª DEIC) de Araguaína, da 2ª Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (2ª DHPP) de Araguaína e do Grupo de Operações Táticas Especiais (GOTE), Unidade Tática da PC-TO.

 
“A operação Terra Tombada foi de importância essencial no sentido de prevenir e amenizar conflitos agrários, uma vez que estamos localizados em uma região de grande abrangência geográfica, sendo alguns locais de difícil acesso e que facilitam a infiltração de pessoas que se intitulam donos de terras, mas que na verdade, em muitos dos casos, têm a intenção de se apossar de grandes áreas”, disse o delegado.

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