05/03/2022 às 09h12min - Atualizada em 05/03/2022 às 13h35min
Justiça nega pedido para adiar julgamento da acusada de atropelar e matar médico Pedro Caldas
Pedido da defesa era para que a sessão ficasse suspensa por mais um ano. Advogado alegou que publicações e entrevistas da família da vítima tirariam a “a paridade das armas” no julgamento.
A Justiça negou pedido da defesa de Iolanda Costa Fregonesi para adiar o julgamento dela pela morte do médico Pedro Caldas. Ela é acusada de homicídio qualificado e o júri está marcado para o dia 14 de março, em Palmas. O pedido dos advogados era para que a sessão ficasse suspensa por pelo menos mais um ano.
A decisão é do juiz Cledson José Dias Nunes, da 1º Vara criminal de Palmas, e foi publicada nesta sexta-feira (4). O g1 não conseguiu localizar o advogado da acusada para comentar.
O argumento do advogado de Iolanda Fregonesi era de que a família de Pedro Caldas estaria utilizando veículos de comunicação e as redes sociais para influenciar o julgamento. O pedido citava, inclusive, que o pai do médico veiculou um vídeo feito pela atriz e apresentadora Cissa Guimarães, em que ela pede justiça no caso. Os advogados afirmam que isso poderia tirar a “a paridade das armas” no julgamento, ou seja, atrapalhar a defesa dela.
O juiz rejeitou os argumentos e afirmou que a própria acusada poderia manifestar e divulgar seus pensamentos.
"O pedido de adiamento da sessão do júri designada para 14 de março do corrente ano não merece acolhimento, haja vista que as razões expostas [...], além de não possuírem amparo legal, conflitam com garantias fundamentais previstas na Constituição Federal. Destarte, a Carta Constitucional consagra a liberdade de expressão, de tal sorte que as partes, inclusive o próprio acusado ou seus familiares, podem manifestar seus pensamentos e divulgá-los”, afirma em trecho da decisão.
Iolanda já tinha sido beneficiada com adiamento de júri anteriormente por causa da pandemia de coronavírus. Com o pedido negado, o julgamento dela segue marcado para o dia 14 de março, às 8h20, no Fórum de Palmas.
O caso
O atropelamento de Pedro Caldas foi em novembro de 2017 e o médico passou um mês em coma. Um colega dele, que pedalava no mesmo local, também foi atingido, mas sobreviveu.
Na época, a Polícia Civil informou que a jovem estaria dirigindo embriagada e sem habilitação quando o acidente aconteceu. Iolanda responde ao processo em liberdade. Segundo a investigação da Polícia Civil, em 2016 a jovem já havia atropelado um casal na Avenida Tocantins, em Palmas.