O número de golpes envolvendo criminosos que se passam por funcionários de bancos está crescendo no estado. Uma das vítimas foi a servidora pública Elisângela Roque, que acabou sendo enganada pelos criminosos sem perceber e fez a contratação de um empréstimo.
“Ele falava termos técnicos, falava muito bem, com um português correto. Então, definitivamente, ele poderia se passar como um gerente com muita facilidade.”
Dias depois, o golpista fez um novo contato e se identificou como gerente, tentando aplicar o mesmo golpe, mas dessa vez ela gravou a ligação. Com as informações de outro empréstimo consignado, o golpista propôs redução nas taxas de juros para que a mulher não mudasse de banco.
Golpista: A parcela que a senhora paga hoje conosco, em um de seus contratos, no valor de R$1.004,94, a senhora passará a pagar R$640,10. O Banco do Brasil vai disponibilizar o valor total desse saldo devedor em conta para a senhora quitar esse contrato que está com juros altos, atualizando o novo contrato com o valor de parcelas de R$640,10.
Ele ainda afirmou que a vítima receberia um 'troco' em sua conta.
Golpista: Também vai ser gerado um valor residual para a senhora, esse valor residual é chamado de valor de troco, e é gerado por conta da senhora vim pagando suas parcelas com juros altos há um bom tempo. Ele é um valor de 5.200 reais e estará disponível para a senhora em duas opções, ou a senhora pode abater em parcelas ou estaremos disponibilizando em saldo de sua conta para senhora utilizar como bem entender.
Elisâgela registrou boletim de ocorrência e entrou em contato com o Banco do Brasil, mas foi informada que não vai receber o dinheiro de volta.
“Todas as minhas tentativas de cancelamento dessa operação foram negadas. Eu espero que o banco cancele essa operação, não reconheça esse empréstimo como válido, cancele tudo e devolva a parcela que eu já paguei desse empréstimo no mês passado”, disse.
Casos como este estão cada vez mais frequentes. Segundo a Secretaria de Segurança Pública, de janeiro até o início de dezembro deste ano foram registrados 5.839 crimes em ambientes virtuais. Um aumento de 20% em relação a 2022, quando mais de 4 mil golpes foram denunciados.
“As instituições financeiras, os bancos, vem procurando estruturar melhor seus sistemas de segurança. A gente vê até campanhas publicitárias para tentar informar a população dessa incidência e mesmo assim não vem sendo suficiente para impedir que esses crimes aconteçam”, disse o delegado Afonso José Azevedo Lyra.
A servidora pública Candice Barros é mais uma vítima. No caso dela, os criminosos também se passaram por funcionários de banco. Eles disseram que identificaram duas compras suspeitas no cartão. Pediram que ela baixasse um aplicativo e fizesse a verificação de segurança.
“Eu tentei desligar o telefone e a ligação, não consegui porque ficou escura a tela com a mensagem: ‘manutenção Banco do Brasil’. Eu consegui desbloquear a tela do celular e entrei no aplicativo e já tinha lá o valor do PIX, valor bem alto referente ao meu salário”, contou a servidora pública.
Para evitar ser vítima desse tipo golpe. É importante ter atenção para alguns cuidados.
"Suspeitem de ligações em que gerentes vão solicitar dados. A gente sabe que esses estelionatários muitas vezes têm acesso a alguns dados das vítimas. Vão entrando em contato por telefone e solicitam que a vítima informe números, a senha do banco, ou um PIX. São várias as fraudes e o cidadão precisam se atentar para isso", disse o delegado.
O que diz o Banco do Brasil
Sobre o caso da Elisângela, o Banco do Brasil informou que prestou todos os esclarecimentos a ela e que não pode fornecer mais informações por causa do sigilo bancário.
Sobre a Cândice, o banco disse que devolveu o dinheiro retirado da conta dela pelos golpistas.