A dengue é uma das doenças virais mais preocupantes atualmente no Brasil devido à disparada de casos em 2024. Ela pode se manifestar de forma leve mas, nos casos mais graves, pode levar à morte. No Brasil, há quatro sorotipos circulando ao mesmo tempo, ou seja, quando a pessoa é infectada pela dengue, ela se torna imune a apenas um sorotipo específico, com a possibilidade de contrair a doença por mais três vezes, que também pode ser assintomática.
Um dos fatores que explica esse rápido avanço da doença são as mudanças climáticas decorrentes do aquecimento global. Elas acentuam os efeitos naturais do El Niño, resultando em ondas de calor extremo acompanhadas de chuvas ocasionais, criando condições que podem favorecer o ciclo reprodutivo do mosquito Aedes aegypti, agente transmissor da doença.
Dr. Josias Aragão, médico infectologista do Hospital do Servidor Público Estadual (HSPE), principal unidade do Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual (Iamspe), reforça a importância da atenção aos principais sintomas:
“Pessoas com algum desses sintomas devem procurar uma unidade de saúde imediatamente”, recomenda. Ele ainda reforça que pessoas com doenças preexistentes, grávidas e idosos precisam de ainda mais atenção pelo risco aumentado no caso do diagnóstico positivo para dengue.
O especialista pontua a importância de não se automedicar e explica que, em pessoas com dengue, há remédios que podem podem afetar a coagulação de sangue das pessoas com o vírus, o que pode levar ao aumento do risco de sangramentos e consequente agravamento da doença. São eles:
“Pessoas que fazem o uso crônico de um desses medicamentos devem manter o uso e suspender apenas sob orientação médica”, complementa.
Não há tratamento específico para a dengue e as medicações prescritas pelos profissionais médicos para tratar as pessoas com a doença tratam apenas os sintomas. “Hidratação também é parte essencial do processo, pois a doença causa desidratação no corpo de forma acelerada e perigosa”, afirma.
A prevenção permanece como a principal estratégia e as recomendações de evitar locais com maior incidência de mosquitos, eliminação de locais em que se acumula água parada, uso de repelentes aprovados pela Anvisa, além de proteção mecânica do corpo com roupas com maior cobertura, devem ser seguidas.
Realizada pelo Sistema Único de Saúde (SUS), a campanha de vacinação contra a dengue está imunizando crianças e adolescentes de 10 a 14 anos, faixa etária que concentra o maior número de hospitalizações pela doença. O esquema vacinal é composto por duas doses com intervalo de três meses e em localidades consideradas prioritárias.