O Corpo de Bombeiros anunciou que foram encontrados, por volta das 19h, mais dois corpos de vítimas do desabamento da ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, que liga o Maranhão ao Tocantins.
Segundo os bombeiros, os dois corpos estavam próximos da ponte e da região onde foi criada uma base para os mergulhadores da Marinha. Um dos corpos já foi retirado da água, porém o outro foi localizado, mas ainda não foi possível retirar do rio por causa da correnteza. Ambos ainda não foram identificados.
Com os dois corpos encontrados nesta sexta (27), o número de mortes confirmadas chega a 11, enquanto 6 pessoas continuam desaparecidas. Das mortes confirmadas, nove já foram identificadas.
Mergulhadores da Marinha também já localizaram um caminhão, que estava carregado de ácido sulfúrico, uma moto e uma caminhonete, que estão submersos nas águas do Rio Tocantins. A ponte, na BR-226, desabou na tarde do último domingo (22).
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Pausas nas buscas por mergulho
Na tarde desta sexta-feira (27), a Marinha informou que suspendeu as buscas por mergulho devido o risco de desabamento do que restou da ponte. Será feita uma análise da ponte e a suspensão das buscas nas próximas horas deve ser reavaliada.
Com isso, devem ser feitas somente buscas por meio de barcos e lanchas no Rio Tocantins. Ainda não há a previsão para a retirada dos dois corpos que foram localizados na quinta-feira (26) e ainda estão submersos.
Tanques com substâncias químicas estão intactos
Os tanques dos três caminhões que caíram no Rio Tocantins, após o desabamento da ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, transportando 76 toneladas de ácido sulfúrico e 22 mil litros de defensivos agrícolas, estão intactos e o risco de vazamento e contaminação do meio ambiental é mínimo.
A informação foi confirmada nesta quinta-feira (26), pelo supervisor de Emergência Ambiental da Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema), Caco Graça.
“O pior cenário seria se a carga tivesse sido expelida durante a queda. Isso não aconteceu, os tanques estão intactos, a partir da visão do sonar da Marinha e, também, das equipes técnicas (da Sema), que identificaram isso”, afirmou o supervisor
Em entrevista à TV Mirante, Caco Graça informou que, durante a retirada do material contaminante, é possível que uma quantidade muito pequena de produtos químicos tenha contato com a água, mas não há possibilidade de causar sérios riscos à vida humana e ao meio ambiente.
“Como já foi trazida a informação pela Agência Nacional de Águas, se toda a carga que está ali tivesse vazada no rio, ainda assim ela não daria prejuízo à vida humana em função da diluição. Lógico que no local, no ambiente ali, no perímetro, você ia ter uma contaminação. E essa alteração de pH e outros tipos de ações ia provocar a mortandade da biota local. Por isso, que nós recomendamos que as pessoas não se aproximem do local, mesmo com embarcações. Então, na retirada, poderá haver (vazamento), mas o risco de contaminação e impacto ambiental ele é pequeno”, afirmou Caco Graça.
O supervisor de Emergência Ambiental explicou, ainda, que, aós encerrar o período de buscas pelas vítimas, será aplicado um plano específico para retirada do material contaminante.
“Muito provavelmente retirar o material pra depois retirar os caminhões, retirar os veículos. Esse é um processo complexo, que requer equipe técnica, que já está no local, são duas empresas. Toda essa articulação da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, ela faz parte de um plano de atendimento a emergências. Então nós temos que tomar muito cuidado com todas essas ações que estão sendo desenvolvidas”.
Caco Graça destacou, ainda, que as pessoas evitem o contato com embalagens nas imediações do Rio Tocantins e que, caso identifiquem algum tipo de material ao longo do rio, principalmente das bombonas de vinte litros com herbicidas, comuniquem as empresas que estão no posto de comando ou um responsável pelo posto, para retirar esse material sem risco de contaminação a ninguém.