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Ex-governador Carlesse, ex-secretários e delegados viram réus em ação por interferência em investigações da Polícia Civil

Denúcia feita pelo Ministério Público Estadual foi aceita pelo juiz da 3ª Vara Criminal de Palmas. Investigados vão responder por organização criminosa, abuso de poder e violação de dever, entre outros crimes.

- Correio do Tocantins
22/01/2025 19h36 - Atualizado há 1 semana

O ex-governador Mauro Carlesse (Agir) se tornou réu em uma ação criminal que vai julgar as denúncias de aparelhamento na Polícia Civil para interferir em investigações contra corrupção no Tocantins. Ele teve a prisão decretada em outro processo e está preso há um mês por suposto risco de fuga internacional. Também foram denunciados três ex-secretários e dez delegados.
 

A denúncia traz diversos fatos que repercutiram no estado a partir de 2018, quando Carlesse assumiu o governo. Entre os atos investigados estão a abertura de sindicâncias e processos disciplinares contra delegados que investigavam corrupção, mudanças no comando de delegacias e grupos de combate à corrupção, além da criação de Manual de Procedimentos que proibia os delegados de criticarem autoridades e darem entrevistas sem autorização.

O suposto aparelhamento da Polícia Civil fazia parte de investigações que tramitaram no Superior Tribunal de Justiça (STJ) e levaram ao afastamento e renúncia de Carlesse. Com a saída do ex-governador do cargo, as investigações foram repassadas para a Justiça Estadual.

Parte do grupo denunciado, inclusive, responde em outra ação penal na 3ª Vara Criminal de Palmas que investiga atuação de uma central de espionagem suspeita de obstruir e vazar informações sobre investigações contra o governo. O mesmo juízo também decretou a prisão preventiva de Carlesse por risco de fuga internacional (leia abaixo).

Desta vez, a representação feita pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e 9ª Promotoria de Justiça da Capital apura uma suposta estruturação da Polícia Civil, com a substituição de delegados para interferir e atrapalhar investigações de corrupção durante o governo de Mauro Carlesse.

O documento tem mais de 200 páginas e detalha todo o suposto processo de aparelhamento. A denúncia foi aceita pelo juiz da 3ª Vara Criminal de Palmas. Entre os réus estão:

 

  • Mauro Carlesse – ex-governador;

  • Claudinei Aparecido Quaresemin – ex-secretário de Parcerias e Investimentos e sobrinho de Carlesse;

  • Cristiano Barbosa Sampaio – Delegado federal e ex-secretário de Segurança Pública no governo de Carlesse;

  • Rolf Costa Vidal - Secretário-Chefe da Casa Civil no governo de Carlesse (atual secretário da casa civil da Prefeitura de Palmas).


A equipe de reportagem procurou as defesas dos réus e até a publicação desta reportagem apenas os advogados de Cristiano Barbosa Sampaio deram retorno. Em nota, a defesa do delegado federal disse que estranhou a retomada da investigação que havia sido arquivada há dois anos e 'não tem novos elementos'. Também afirmou que aguarda ter acesso aos elementos da investigação (veja nota completa no fim da reportagem).


Íntegra da nota de Cristiano Sampaio:

A defesa de Cristiano Sampaio expressa surpresa com a mudança repentina de entendimento do Ministério Público, que havia arquivado a investigação sobre organização criminosa há mais de dois anos e agora a reabre sem qualquer elemento novo. Ressaltamos que, há mais de um ano, as defesas aguardam acesso a todos os elementos probatórios produzidos, os quais têm sido omitidos dos investigados sem quaisquer razões aparentes.

Todos os atos da gestão de Cristiano Sampaio foram legais e confirmados como legítimos em decisões judiciais. A acusação apresentada não corresponde à verdade dos fatos, e será demonstrada na ação penal sua total improcedência. A defesa reitera seu compromisso com a verdade e a justiça.

 


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