A Polícia Civil concluiu nesta terça-feira, 1º de abril, o inquérito que apura a morte de Maria Alice Guimarães da Silva, 25 anos, atropelada no dia 22 de março deste ano enquanto seguia para o trabalho, no perímetro urbano da BR-153, em Araguaína. O estudante de Direito Vitor Gomes Alves de Paula, também de 25 anos, foi indiciado por homicídio qualificado com dolo eventual, pelo perigo comum e por meio que impossibilitou a defesa da vítima.
Segundo a investigação conduzida pela 2ª Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Vitor dirigia uma BMW em altíssima velocidade e sem possuir Carteira Nacional de Habilitação (CNH). No momento do atropelamento, ele retornava de uma boate acompanhado de dois amigos.
O delegado Charles Marcelo Arruda, que atendeu o caso ainda no dia do acidente, destacou que o condutor “agiu com descaso, extrema imprudência, assumiu o risco de produzir o resultado que foi a morte da vítima". Ainda segundo ele, Vitor não freou, não tentou reduzir a velocidade e há indícios de que conduzia o veículo sob efeito de álcool.
Após ser detido pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), o estudante foi levado à 5ª Central de Atendimento da Polícia Civil e, em seguida, transferido para a Unidade Penal de Araguaína, onde permanece preso preventivamente.
Imagens e investigação aprofundada
O delegado-chefe da DHPP, Breno Eduardo Campos Alves, relatou que a investigação identificou a boate frequentada pelo trio pouco antes do crime, com base em uma pulseira rosa usada pelo condutor. “Encontramos imagens em que os três aparecem ingerindo bebidas alcoólicas", afirmou. Câmeras de segurança próximas ao local do atropelamento também registraram o momento exato do impacto, revelando que o corpo de Maria Alice foi lançado ao ar devido à força da colisão.
Responsabilização de terceiros
Além do condutor, outro jovem será responsabilizado: Gustavo Fidaldo Vicente Filho, de 20 anos, filho do proprietário do veículo e um dos ocupantes da BMW. Ele foi autuado por entregar a direção do carro a uma pessoa inabilitada. “Mesmo sendo habilitado, ele passou o carro para o amigo, o que configura crime de trânsito", explicou a polícia.
A tragédia expõe, mais uma vez, o abismo entre a imprudência da juventude abastada e o cotidiano duro de quem apenas tentava cumprir a rotina do trabalho. Maria Alice, jovem trabalhadora, teve sua vida interrompida brutalmente. A Justiça agora será chamada a dizer se haverá, para além da dor e da perda, alguma reparação possível.
