O caos na travessia por balsas no município de Estreito, no Maranhão, voltou ao centro do debate público após um desabafo feito por um empresário local e uma cobrança formal da Câmara Municipal. O empresário Tiago Wendler, da rede Xirú-Ar, denunciou em vídeo amplamente compartilhado nas redes sociais o que chamou de “palhaçada” envolvendo restrições arbitrárias e demora nas travessias no trecho entre Estreito e Aguiarnópolis (TO).
A principal crítica recai sobre uma limitação recente imposta pela Marinha do Brasil: uma das balsas que operam no trecho estaria autorizada a transportar no máximo 20 pessoas, e outra apenas 50. O empresário relata balsas fazendo a travessia praticamente vazias, com filas de carros se acumulando às margens do rio Tocantins.
“É um absurdo. Balsa vazia atravessando com meia dúzia de motos, enquanto os carros ficam esperando. Isso só acontece aqui, porque a travessia é gratuita”, criticou.
A revolta também foi ecoada pelo vereador Luiz Netto, que enviou um ofício à Agência Fluvial de Imperatriz, questionando a diferença de tratamento entre Estreito e outras cidades da região. No documento, o parlamentar solicita esclarecimentos sobre as normas que regulam a limitação de passageiros e questiona por que as balsas de Carolina e Porto Franco operam sem a mesma rigidez fiscalizatória.
“O que se observa é uma falta de padronização nas exigências, o que gera prejuízos à população e levanta dúvidas sobre os critérios adotados pela Marinha”, aponta o ofício.
Além das limitações de passageiros, o empresário também criticou um decreto municipal que proíbe a travessia de caminhões com mais de 10 toneladas, dificultando ainda mais o transporte de cargas e o fluxo comercial.
“Enquanto outras cidades permitem a passagem de ônibus, tanques e rodotrens em balsas pagas, aqui se coloca todo tipo de empecilho. É difícil não desconfiar que tem algo por trás disso”, disparou.
A travessia em Estreito é gratuita e fundamental para o transporte de pessoas e mercadorias entre Maranhão e Tocantins. Com a nova onda de críticas, cresce a pressão para que autoridades municipais, estaduais e federais se posicionem e tomem providências.
Até o fechamento desta edição, a Marinha ainda não respondeu ao ofício enviado pela Câmara Municipal.
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