A executiva nacional do PSDB aprovou por unanimidade, nesta terça-feira, 25, em Brasília, a continuidade do processo de fusão com o Podemos. A reunião foi conduzida pelo presidente nacional do PSDB, Marconi Perillo, e contou com a presença da ex-prefeita de Palmas, Cinthia Ribeiro, principal liderança tucana no Tocantins. Do lado do Podemos, a articulação envolve o prefeito da Capital, Eduardo Siqueira Campos, que é uma das principais figuras da sigla presidida nacionalmente por Tiago Dimas.
A decisão abre caminho para a realização de uma convenção nacional conjunta, já marcada para o próximo dia 5 de junho, onde serão deliberadas mudanças no estatuto, programa e estrutura da nova legenda. Segundo a assessoria do partido, até lá, serão intensificadas as consultas internas em todos os níveis — municipais, estaduais e nacional — para alinhamento das diretrizes e construção de consensos.
Ao comentar os desdobramentos, Marconi Perillo reforçou a intenção de formar uma nova força política ao centro.
“Vamos criar um grande partido no centro democrático, que vai debater os principais assuntos que interessam aos brasileiros, longe dos extremos que tanto prejudicam a política nacional”, declarou.
A articulação nacional tem reflexo direto no cenário político tocantinense, especialmente na capital. Caso se concretize a fusão, ela recoloca no mesmo campo político dois antigos aliados: Cinthia Ribeiro e Eduardo Siqueira Campos. Em 2024, o PSDB disputou a Prefeitura de Palmas com o deputado estadual Júnior Geo, que ficou em terceiro lugar no primeiro turno. No segundo turno, Cinthia apoiou Eduardo contra Janad Valcari (PL), sua principal adversária.
No entanto, a aliança entre os dois tucanos foi efêmera. Após assumir a prefeitura, Eduardo passou a tecer críticas à gestão anterior, apontando problemas financeiros e administrativos deixados pela antecessora. A fusão entre PSDB e Podemos, portanto, pode forçar uma reaproximação entre antigos aliados que hoje se encontram em campos distintos da política local.
A expectativa é de que a nova legenda represente uma terceira via entre os blocos polarizados, com presença significativa em estados-chave e uma proposta voltada à moderação e ao diálogo. Se confirmada, a fusão poderá alterar não apenas o xadrez nacional, mas também as dinâmicas políticas regionais, incluindo o próprio Tocantins.