A Polícia Civil do Tocantins, por meio da 38ª Delegacia de Polícia de Arapoema, prendeu na tarde desta quinta-feira (8), por volta das 17h, um homem de 20 anos suspeito de tentativa de feminicídio e de diversos outros crimes ligados à violência doméstica.
De acordo com o delegado Marco Aurélio Barbosa Lima, responsável pelas investigações, o suspeito, identificado pelas iniciais B.S.P., foi localizado na zona rural do município, onde já se preparava para fugir após, segundo apurações, concluir o assassinato da ex-companheira, de 30 anos.
O homem já havia sido preso em flagrante no início do ano por ameaçar e agredir a mulher, com quem teve um relacionamento anterior. No entanto, após ser liberado, passou a descumprir sistematicamente as medidas protetivas de urgência impostas pela Justiça. Segundo a polícia, foram pelo menos quatro violações, incluindo invasão de domicílio, novas agressões físicas e ameaças.
A escalada da violência culminou na madrugada do último domingo (4), quando a vítima foi surpreendida e esfaqueada quatro vezes — três golpes atingiram as costas, perto do pescoço, e um acertou a região da clavícula. Apesar da gravidade dos ferimentos, ela sobreviveu.
“Se a prisão não tivesse sido realizada a tempo, provavelmente estaríamos noticiando um feminicídio consumado”, declarou o delegado Marco Aurélio, que representou pela prisão preventiva do agressor. A medida foi acolhida pela juíza da Comarca de Arapoema.
O suspeito agora responderá por ameaça, dano, invasão de domicílio, perseguição (stalking), descumprimento reiterado de medidas protetivas e tentativa de feminicídio qualificado por motivo torpe e emprego de recurso que dificultou a defesa da vítima. Apenas pelo crime de tentativa de feminicídio, a pena pode chegar a 40 anos de reclusão, com possibilidade de aumento devido às qualificadoras.
Após ser preso, B.S.P. foi encaminhado à Cadeia Pública de Colinas do Tocantins, onde permanecerá à disposição da Justiça.
O delegado também alertou para o preocupante índice de violência contra a mulher na região. “A prisão, além de evitar uma tragédia anunciada, reforça nosso compromisso com a proteção das vítimas e com a responsabilização firme dos agressores”, concluiu.