O Sindicato dos Servidores Públicos do Tocantins (Sisepe) convocou para a próxima terça-feira, 27, uma reunião geral com todas as entidades representativas do funcionalismo estadual, com o objetivo de debater a delicada situação do Instituto de Gestão Previdenciária do Tocantins (Igeprev). A mobilização ocorre em meio à recente exoneração do presidente do instituto, Sharlles Fernando Bezerra Lima, e à realização de uma auditoria interna que apura a regularidade de proventos, indenizações, retroativos e descontos previdenciários efetuados nos últimos cinco anos.
Para o presidente do Sisepe, Elizeu Oliveira, o momento é grave e exige mobilização e vigilância redobradas por parte de todo o funcionalismo. “Infelizmente, o Igeprev já foi vítima de rombos milionários no passado. Tivemos investigações da Polícia Federal, do Ministério Público, denúncias, prisões e pedidos de prisão. É o nosso futuro que está em jogo e agora”, advertiu, lembrando os episódios que mancharam a história recente da previdência estadual.
Em movimento paralelo à convocação da reunião, o Sisepe já formalizou ao Igeprev o pedido de cópias de todas as atas das reuniões ordinárias e extraordinárias realizadas pelos conselhos de administração, fiscal e pelo comitê de investimentos, abrangendo o período de janeiro de 2019 a maio de 2025. O objetivo, segundo Elizeu Oliveira, é garantir que o sindicato e as demais entidades possam analisar com rigor os registros das deliberações tomadas pelos órgãos que administram e fiscalizam o instituto.
“A obtenção dessas atas é fundamental para fins de análise, acompanhamento e transparência das deliberações e decisões tomadas pelos referidos órgãos durante os períodos mencionados”, reforçou o presidente do Sisepe.
O Conselho Fiscal do Igeprev foi formalmente convidado a prestar esclarecimentos durante o encontro, que promete ser um marco no processo de enfrentamento à crise que atinge a gestão previdenciária do Tocantins. A expectativa é de que a reunião fortaleça a articulação das entidades de classe e pressione por medidas concretas que assegurem a lisura, a sustentabilidade e a proteção dos direitos dos servidores públicos.
O clima é de apreensão e de um chamado coletivo à responsabilidade. O Igeprev, há anos fragilizado por gestões temerárias e suspeitas de corrupção, volta ao centro das preocupações do funcionalismo estadual — que vê, mais uma vez, sua aposentadoria e segurança financeira ameaçadas.