A menos de um ano do prazo legal para desincompatibilização, o xadrez político do Tocantins começa a se movimentar com mais intensidade. Pelo menos quatro prefeitos de cidades estratégicas já aparecem nas rodas políticas como nomes certos ou prováveis na disputa pelas eleições de 2026, seja na Assembleia Legislativa, seja na Câmara dos Deputados.
Se confirmarem a decisão de concorrer, terão que deixar os cargos até abril do próximo ano, conforme determina a legislação eleitoral. A saída antecipada não apenas altera o cenário político estadual, como também muda, de forma imediata, a configuração administrativa desses municípios, transferindo o comando para os vice-prefeitos.
Em Paraíso do Tocantins, o prefeito Celso Morais (MDB), em segundo mandato e com capital político consolidado, avalia disputar uma vaga na Câmara dos Deputados. Caso leve adiante o projeto, o município passará para as mãos do vice-prefeito Ubiratan Carvalho (PL) — atual secretário estadual das Cidades, Habitação e Desenvolvimento — que reassumiria a prefeitura.
Na região sudeste, o prefeito de Dianópolis, José Salomão (PT), nome histórico do partido no estado, também aparece como possível candidato em 2026. Se optar pela disputa, quem assume o comando da cidade é o vice Hormides Rodrigues (União Brasil), que, embora sem passagem anterior por cargos majoritários, começa a ganhar visibilidade no meio político local.
Em Axixá do Tocantins, o prefeito Dr. Auri Wulange (União Brasil), reeleito em 2024, é outro que cogita disputar uma cadeira na Assembleia Legislativa. Sua eventual saída abre espaço para o vice-prefeito Ailton Dias Carneiro, o “Negão do Cinda” (PL), nome conhecido na política local, ex-vereador por dois mandatos e figura com trajetória consolidada no município. Ao longo da carreira, ele acumulou passagens por partidos como PMDB, PPS, MDB e PL.
Em Colinas do Tocantins, o prefeito Dr. Kasarin (União Brasil), também reeleito, é apontado como potencial candidato a deputado estadual. Se o projeto avançar, a prefeitura ficaria sob responsabilidade do vice-prefeito José Batista Ferreira (Republicanos), mais conhecido como Zé Nagru, que iniciou sua trajetória política nas eleições de 2024.
Com o calendário eleitoral se aproximando, os bastidores ganham novo ritmo. Vice-prefeitos, até então em papéis discretos, passam a ser observados com mais atenção, uma vez que podem, ainda em 2026, assumir definitivamente a condução dos municípios.
Nos bastidores, a leitura é clara: o movimento dos prefeitos em direção a cargos no Legislativo faz parte de uma estratégia de expansão de influência política, enquanto, no plano municipal, os vices se preparam para assumir não apenas as responsabilidades administrativas, mas também o desafio de liderar politicamente suas cidades.
A movimentação, embora concentrada nesses quatro municípios, não deve parar por aí. À medida que o prazo para desincompatibilização se aproxima, outros gestores podem entrar no jogo, redesenhando, mais uma vez, o mapa político do Tocantins.
