A Polícia Civil do Tocantins, por meio da Divisão Especializada de Repressão a Crimes Cibernéticos (DRCC), deflagrou na manhã desta quinta-feira (10) a Operação Espada de Themis, com o objetivo de desarticular uma organização criminosa especializada na prática do chamado “golpe do falso advogado”. A ofensiva cumpriu 10 mandados de prisão temporária e 9 de busca e apreensão nos estados do Ceará e Alagoas, com foco em cidades como Fortaleza, Maracanaú, Pacatuba, Caucaia e Maceió.
A operação foi autorizada pela 4ª Vara Criminal de Palmas/TO e contou com o apoio de forças de segurança dos três estados, mobilizando mais de 80 policiais civis.
Segundo as investigações, o grupo criminoso agia de forma coordenada e meticulosa. Utilizando aplicativos de mensagens instantâneas, os criminosos se passavam por advogados ou defensores públicos dos próprios processos das vítimas — muitas delas em fase de finalização judicial ou administrativa. Os golpistas solicitavam transferências de valores referentes a falsas taxas judiciais, explorando a boa-fé e a ansiedade de quem aguardava o desfecho de seus casos.
As fraudes começaram a ser investigadas no início de 2024, após o registro de 20 casos em Palmas/TO, envolvendo vítimas que já estavam vinculadas a escritórios de advocacia. Entre elas, seis eram idosas. Os prejuízos financeiros somados ultrapassam R$ 150 mil.
O delegado titular da DRCC, Lucas Brito Santana, explicou que o golpe só era percebido após as transferências financeiras. “Após efetivarem as transações, as vítimas acabavam constatando que se tratava de mera fraude, já que os contatos dos advogados eram fictícios e não havia qualquer valor pendente nos processos”, afirmou.
Durante o cumprimento dos mandados, foram presos os investigados de iniciais:
J.L.S., 36 anos
R.S.R., 23 anos
L.V.O.B., 21 anos
J.L.N.M., 28 anos
A.R.C.M., 31 anos
J.L.G.S., 20 anos
Na ação, também foram apreendidos celulares e diversos dispositivos eletrônicos que serão periciados. Outros quatro suspeitos ainda não foram localizados, e as diligências seguem para capturá-los.
Todos os presos foram encaminhados às unidades prisionais de seus respectivos estados e permanecem à disposição da Justiça.
O grupo responderá pelos crimes de:
Associação criminosa
Estelionato mediante fraude eletrônica
Lavagem de capitais
Falsa identidade
A alguns dos investigados são atribuídas ainda ações criminosas em continuidade delitiva, ou seja, cometidas em série contra diferentes vítimas.
O nome da operação remete à imagem da deusa grega Themis, símbolo da Justiça, que segura uma espada na mão direita representando a severidade e a firmeza na aplicação das leis. A operação, segundo a Polícia Civil, representa o esforço do Estado em coibir crimes cibernéticos que exploram a vulnerabilidade emocional e financeira de cidadãos em busca de justiça.
A DRCC alerta a população para que, diante de qualquer solicitação financeira relacionada a processos judiciais, confirme a autenticidade diretamente com seu advogado ou defensor público por meio de canais oficiais.