Rejane Mendes da Silva, de 45 anos, presa no último sábado (12) como principal suspeita da morte do empresário José Paulo Couto, de 75 anos, já era alvo de investigação por crimes patrimoniais envolvendo idosos. Documentos obtidos e revelados pelo Jornal Opção Tocantins revelam que Rejane aparece em um inquérito da Polícia Civil aberto em 2024, relacionado ao furto de joias e ao desvio de valores de contas bancárias de um casal de idosos para quem ela prestava serviços como cuidadora.
De acordo com o inquérito, Rejane teria se aproveitado do acesso ao celular e à rede Wi-Fi da casa das vítimas — um homem de 83 anos e uma mulher de 78 — para realizar 14 transferências bancárias não autorizadas, entre setembro e novembro de 2024, totalizando R$ 68.500,00. As transações envolvem contas do Banco do Brasil e do Itaú, com valores enviados a terceiros desconhecidos dos idosos. Em ao menos três ocasiões, Rejane teria usado os dados do idoso para criar, sem autorização, uma conta no aplicativo PicPay e desviar parte do dinheiro.
Além dos desvios bancários, o casal relatou o desaparecimento de sete peças de joias em ouro 18k, incluindo colares, pingentes, brincos e anéis cravejados com diamantes. As joias teriam sumido enquanto Rejane residia na casa, sob o pretexto de prestar auxílio nos cuidados de saúde dos moradores.
À época, Rejane chegou a admitir informalmente parte das transferências durante uma conversa com os filhos das vítimas e teria oferecido uma motocicleta como forma de compensação — antes de desaparecer.
Atualmente, Rejane está presa sob investigação da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) como principal suspeita da morte de José Paulo Couto, empresário e ex-candidato a vice-prefeito de Araguaína em 2016. O corpo dele foi localizado sob uma ponte entre o setor JK e a rodovia TO-222, com evidentes sinais de violência.
Segundo o laudo do Instituto Médico Legal (IML), José Paulo foi torturado e estrangulado. A polícia ainda apura as circunstâncias do crime, mas já trabalha com a hipótese de que a morte tenha sido motivada por interesses patrimoniais.
A ficha de Rejane Mendes da Silva, agora revelada, lança nova luz sobre o perfil da suspeita, que teria agido com frieza e premeditação em mais de um caso. O inquérito que a envolve por furto e estelionato segue em tramitação paralelamente à apuração do homicídio.