Ala de ortopedia do Hospital Geral de Palmas (HGP), terceiro andar. O que deveria ser espaço de cuidado virou sinônimo de abandono: camas quebradas, quartos sem ar-condicionado, banheiros com vazamento, lixo exposto e baratas entre os móveis. Há fezes de pombos nas janelas e teias de aranha no teto. Pacientes seguem nos corredores, estendidos em macas, sem dignidade e à mercê da sorte. Essa é a cena que o Ministério Público do Tocantins (MPTO) encontrou ao realizar uma nova vistoria no local, na última quarta-feira, 30 de julho.
Diante do que classificou como descaso reiterado, o promotor Thiago Ribeiro Franco Vilela, responsável pela 19ª Promotoria de Justiça da Capital, anunciou que o órgão vai recorrer à Justiça para obrigar o Estado a tomar providências. “Estivemos aqui em junho. Houve audiência, promessas, discurso. Nada foi feito. Vamos judicializar. O que ocorre aqui é uma afronta ao cidadão tocantinense”, declarou o promotor, em tom firme.
O promotor ouviu relatos chocantes durante a visita. Um homem está internado há quase 30 dias esperando uma cirurgia. Já foi levado ao centro cirúrgico duas vezes, com todo o preparo realizado — e voltou sem a operação. Uma senhora passou pelo mesmo constrangimento três vezes, porque a prótese de sua perna estava com defeito.
A escassez de pessoal agrava o drama. Apenas três técnicas de enfermagem cuidavam de 29 pacientes no momento da inspeção. É mais que o dobro do recomendado por norma técnica, que determina um profissional para cada cinco pacientes. Os relatos indicam ainda que familiares estão sendo forçados a limpar os ambientes, comprando desinfetantes e materiais com recursos próprios.
O MPTO lembra que as denúncias podem e devem ser feitas pela população. Em julho, o atendimento presencial segue das 12h às 18h, nos dias úteis. A partir de 4 de agosto, retorna o horário habitual: das 9h às 12h e das 14h às 18h.
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