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Crise política sem fim: Tocantins não tem governador que conclui mandato há quase 20 anos

De cassações a prisões, Estado acumula histórico de instabilidade no Executivo; Wanderlei Barbosa é o mais recente a deixar o cargo

Por Thiago de Castro - Correio do Tocantins
04/09/2025 10h29 - Atualizado há 5 dias
3 Min

O Tocantins volta a viver um capítulo de instabilidade política. Nesta quarta-feira (3), o governador Wanderlei Barbosa (Republicanos) foi afastado do cargo por decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Ele é investigado por suposto envolvimento em esquema de compra irregular de cestas básicas com recursos públicos durante a pandemia de Covid-19.

Com a decisão, quem assume interinamente é o vice-governador em exercício, Laurez Moreira, tornando-se o 13º a ocupar o cargo de governador no Estado. O episódio, porém, não é isolado: o Tocantins não vê um chefe do Executivo concluir o mandato desde Marcelo Miranda (MDB), que governou entre 2003 e 2006.

Um histórico de rupturas

Desde 2006, todos os governadores enfrentaram cassações, renúncias, prisões ou afastamentos judiciais. O último a completar o mandato foi Marcelo Miranda em sua primeira gestão. Na reeleição, em 2006, acabou cassado em 2009 pelo Tribunal Superior Eleitoral por irregularidades na campanha.

O então deputado estadual Carlos Gaguim assumiu de forma indireta e permaneceu até 2010, mas não conseguiu se reeleger. Na sequência, Siqueira Campos retornou ao poder em 2011, mas renunciou em 2014, junto com o vice João Oliveira, em uma manobra para tentar viabilizar a candidatura do filho, Eduardo Siqueira Campos.

Governadores afastados e presos

Com a saída de Siqueira, quem assumiu foi Sandoval Cardoso, eleito em votação indireta na Assembleia. Ele protagonizou o governo mais curto da história do Estado e acabou preso em 2016, acusado de fraudes em licitações de obras de pavimentação.

Marcelo Miranda retornou ao cargo em 2015, mas sofreu uma segunda cassação em 2018, após a Polícia Civil apreender um avião com R$ 500 mil em espécie e material de campanha. No ano seguinte, foi preso em operação da Polícia Federal que investigava desvio de R$ 300 milhões, permanecendo 147 dias encarcerado.

Quem assumiu foi Mauro Carlesse, então presidente da Assembleia. Ele venceu duas eleições em 2018, mas acabou também envolvido em escândalos de corrupção. Afastado pelo STJ e pressionado por um processo de impeachment, renunciou em 2022. Em dezembro de 2024, foi preso novamente, acusado de planejar fuga do país, mas hoje responde em liberdade.

O caso Wanderlei Barbosa

Wanderlei chegou ao governo em 2021, após a saída de Carlesse, e venceu as eleições de 2022. Seu afastamento ocorre em meio a investigações que apontam uso de emendas parlamentares para comprar cestas básicas de forma irregular, além da suspeita de desvio de recursos para a construção de uma pousada de luxo em Taquaruçu. A primeira-dama, Karynne Sotero, também foi afastada. Ambos negam as acusações.

Instabilidade como marca

Com a nova mudança no comando, o Tocantins segue acumulando uma história de instabilidade institucional. Nos últimos 20 anos, nenhum governador eleito conseguiu entregar o mandato até o fim, o que reforça a imagem de fragilidade política e desgaste da confiança da população no Executivo estadual.


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