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Bruxismo afeta brasileiros e especialista tocantinense aponta ligação com ansiedade

Distúrbio atinge cerca de 40% da população e pode trazer consequências graves se não for tratado; crianças também estão entre os grupos mais afetados

Iara M. Coelho de Castro - Correio do Tocantins
06/10/2025 12h35 - Atualizado há 6 horas
3 Min

Dores de cabeça constantes, estalos no maxilar, noites mal dormidas e até fraturas nos dentes. Esses são sintomas cada vez mais comuns entre brasileiros que sofrem de bruxismo, distúrbio caracterizado pelo ato involuntário de apertar ou ranger os dentes. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o problema já atinge aproximadamente 40% da população no país.

Embora seja conhecido principalmente como um distúrbio odontológico, o bruxismo tem relação direta com a saúde mental. Pesquisas mostram que fatores como estresse, ansiedade e sobrecarga emocional podem agravar o quadro. O aumento de casos após a pandemia de Covid-19 chamou a atenção da comunidade científica, reforçando a necessidade de olhar para o distúrbio de forma multidisciplinar.

A professora e coordenadora do curso de Odontologia da Afya Porto Nacional, Fernanda Moraes Marques de Sá, explica que o corpo encontra formas inconscientes de descarregar a tensão acumulada.

 

“Muitas vezes a ansiedade se manifesta nos músculos da mastigação. É por isso que pessoas sob pressão constante seja acadêmica, profissional ou pessoal têm maior risco de desenvolver bruxismo”, afirma.

 

Entre os sinais que merecem atenção estão dor de cabeça frequente, dores na face e mandíbula, desgaste ou fraturas dentárias, ruídos noturnos percebidos por quem dorme próximo, além de sono fragmentado e irritabilidade diurna.

 

“O diagnóstico precoce é fundamental para evitar complicações mais sérias”, reforça Fernanda.

 

Crianças também sofrem com o distúrbio

O bruxismo infantil preocupa ainda mais porque, além de dor e incômodo, pode prejudicar o crescimento dos ossos da face e provocar desalinhamento dentário. Estima-se que entre 13% e 50% das crianças sofram com o problema, especialmente na fase pré-escolar, quando fatores emocionais e respiratórios desempenham papel importante.

O coordenador do curso de Odontologia da Afya Palmas, Marcelo Silva Lima, explica que, no caso das crianças, o bruxismo pode estar associado a distúrbios respiratórios, como rinite, hipertrofia de amígdalas ou obstrução nasal.

 

“Em muitos casos, é uma tentativa do organismo de compensar dificuldades na respiração durante o sono”, observa.

 

Placas oclusais podem ser utilizadas para proteger os dentes, mas não representam tratamento definitivo.

 

“A plaquinha apenas evita o desgaste dentário, mas não elimina o bruxismo. É essencial considerar o contexto emocional do paciente e envolver diferentes áreas da saúde. Psicoterapia, exercícios físicos e técnicas de relaxamento são aliados importantes”, destaca Lima.

 

O alerta dos especialistas é claro: ignorar o problema significa tratar apenas os sintomas, sem chegar à causa.

 

“Preservar a saúde bucal e a saúde mental depende de acompanhamento adequado e de um olhar que vá além da odontologia”, conclui Fernanda.


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