29/03/2022 às 21h21min - Atualizada em 29/03/2022 às 22h58min
Falta de professores deixa estudantes da rede estadual com aulas vagas
Sindicato diz que há um déficit de professores e a situação se repete em toda rede estadual. Último concurso público realizado pelo estado para o quadro de professores foi em 2009.
Sindicato diz que há um déficit de professores e a situação se repete em toda rede estadual. Último concurso público realizado pelo estado para o quadro de professores foi em 2009.
Alunos do Tocantins estão enfrentado a falta de professores na rede pública estadual. O problema é antigo e tem se agravado nos últimos anos, prejudicado a formação dos estudantes. O Henri Harddy está no terceiro ano do ensino médio e conta que está sem um monte de aulas.
"Tem matérias muito importantes, por exemplo, a redação, que tem um peso muito grande no Enem. Geografia, história, física. Realmente acaba nos prejudicando bastante caso a gente queira fazer um provão ou entrar em uma faculdade. A previsão que deram é de que até a próxima semana o Estado vai contratar novos professores", contou.
Segundo o Sindicato dos Trabalhadores da Educação do Estado (Sintet), há um déficit de professores a situação se repete em toda rede estadual. "Nós sabemos que são contemplados com a realização dos contratos, mas não são feitos no tempo correto para que no primeiro dia de aula tenha os professores na escola atendendo os alunos", disse o presidente, José Roque Rodrigues Santiago.
Há cinco anos o sindicato acompanha déficit e vem comunicando ao MPE. "Quando o Sintet começou a comunicar o MPE esse patamar era cerca de 30% de contratos. Hoje a realidade dos contratos passa dos 70%", afirmou.
O último concurso público realizado pelo estado para o quadro de professores foi em 2009. Na época foram oferecidas 2.198 vagas. A categoria cobra um novo certame. Na semana passada, o MPE afirmou que um cronograma será apresentado até 12 de abril pelo Estado.
Quem estuda na rede municipal também tem enfrentado problemas com falta de pessoal na área da educação. A massoterapeuta Tacielly Arrais Sousa luta desde fevereiro por um cuidador para acompanhar a filha Alice, que é autista, na escola.
"É um direito dela que está sendo tirado e estou aqui na luta, já é uma luta diária ser uma mãe atípica e com ela dentro de casa o tempo todo fico sem trabalhar e ela perde o desenvolvimento", relatou.
O que dizem os citados
A Secretaria Municipal de Educação de Palmas afirmou que o processo de contratação dos profissionais da educação inclusiva está em andamento e que já enviou um deles para atender especificamente a Alice, que mostramos na reportagem.
O Ministério Público mandou uma nota dizendo que a Seduc se comprometeu em audiência a fornecer, até 12 de abril, informações a respeito do concurso para cargos da pasta. Também afirmou que existe uma ação civil pública desde 2019, para tentar obrigar o estado a solucionar essa situação.
Por fim, a Seduc disse que tem acompanhado a demanda das escolas e tem tentado solucionar o problema de duas formas: contratando professores temporários e planejando a realização de um concurso público. Afirmou ainda que o quadro de contratos foi mantido e que apenas em março cerca de 270 profissionais foram adicionados.