02/05/2022 às 09h46min - Atualizada em 02/05/2022 às 09h46min
De Colinas, Mágda Ferreira Klein faz história no Motocross
Iara M. Coelho de Castro - Correio do Tocantins
Nesse fim de semana, ocorreu em Colinas do Tocantins, norte do estado a 2º etapa do estadual de motocross e a colinense Mágda Régia G. Ferreira Klein, que vem de uma família onde o motocross se transformou em esporte de família, foi o grande destaque.
Filha, irmã e esposa de piloto, Mágda, que é odontóloga, divide com a família a grande paixão pelo esporte e conseguiu o 1º lugar na categoria feminina, servindo de inspiração a outras mulheres que desejam iniciar nesse esporte, que por muitos anos foi dominado pelos homens.
As primeiras mulheres surgiram no motocross brasileiro na década de 80, época de grande ascendência do esporte. Aos poucos, com a conquista de boas posições em competições e títulos, elas passaram a ganhar destaque no motociclismo brasileiro em geral, esporte até então dominado pelos homens, mostrando que o motociclismo possui modalidades para todos os tipos de mulheres, sejam as velozes, as aventureiras, as fortes, as habilidosas e as que amam viver a emoção de estar sobre duas rodas.
O Correio do Tocantins conversou com a motociclista sobre seu início e o que pensa do esporte. Acompanhe a seguir:
Como foi seu primeiro contato com o motocross?
Meu pai começou no esporte já com seus 35 anos de idade, eu com 13 anos e meu irmão com 7, desde então o amor pelo esporte foi só aumentando tornando um hobby para toda família.
No começo tudo era muito difícil, moto não era boa, sem equipamento de qualidade, mas com o passar do tempo as coisas foram melhorando. Conheci meu esposo, também piloto com meus 18 anos de idade, e ele me incentivou mais ainda no esporte porque me adora ver andando nas pistas, pois foi assim que ele me conheceu, em cima de uma kavawaki 450cc. Desde então estamos sempre ligados a esse esporte. Minha família em Colinas, eu e meu esposo em Palmas, nos reencontrando sempre nos campeonatos de motocross pelo estado a fora.
Por ser um esporte de risco, sente medo, mesmo com a experiência que adquiriu?
Por ser um esporte que tem seus riscos, sou sincera em dizer que tenho medo sim em subir em cima de uma moto, pois sei que no outro dia tenho uma agenda a cumprir no consultório, claro que tenho toda cautela possível, e sei dos meus limites.
Geralmente os treinos acontecem nos fins de semana , porém quando dá, o que não é toda vez, mas sempre que posso, acompanho meu esposo nos treinos que acontecem em nossa cidade.
Como vê a participação das mulheres nesse esporte?
O incentivo para as mulheres nesse esporte vem cada vez aumentando, e na minha opinião não rola “preconceito” de que esse esporte não é para mulher, pelo contrário, a maioria acha um máximo assistir as mulheres acelerando nas pistas. E os maiores incentivadores, são os próprios pilotos, maior parte são namorados ou esposos.
Como se sente sendo uma inspiração para outras mulheres no motocross?
Acredito que servir de inspiração para outras mulheres é sim uma grande responsabilidade, mas pra mim é de grande valia, espero cumprir com meu papel, pois dou sempre o meu melhor para que isso aconteça, e agradeço a todas as mulheres pela admiração e carinho . Como vê o Motocross em Colinas? O motocross de Colinas vem de muitos anos atrás, sendo acompanhado por muitas lendas (pilotos) que hoje não praticam mais esse esporte. Hoje, meu pai José Batista ( Zé Nagru, atual secretário de esporte) é o maior incentivador desse esporte para outros pilotos, aquele que transformou a pista de Colinas, a melhor do Tocantins, não medindo esforços para sempre manter a pista bem arrumada, sempre chamando pilotos da cidade e região para treinar nesse CT (centro de treinamento) e como exemplo temos esse evento que aconteceu nesse fim de semana, que foi a 2º etapa do estadual de motocross, que ficará pra história.