No cenário hospitalar, especialmente quando os pacientes são crianças, o período de internação pode ser bem assustador, seja pela presença de pessoas estranhas, as diversas medicações e procedimentos invasivos, a distância da família, da escola ou dos amigos. Tudo contribui para que o hospital não seja o ambiente mais divertido e convidativo para os pequenos.
Mas no HMA – Hospital Municipal de Araguaína, unidade gerida pelo ISAC – Instituto Saúde e Cidadania, a equipe multiprofissional oferece um serviço de acolhimento para tornar esse momento mais adaptativo. O acompanhamento psicológico proporciona suporte emocional não apenas aos pequenos pacientes, mas também aos pais e acompanhantes.
A psicóloga da unidade, Nara Santos Nascimento Sales, explica que, durante a fase de internação da criança, a humanização e o acolhimento fazem toda a diferença para desmistificar esse ambiente hostil que ela imagina.
"Nas nossas frentes de humanização, dispomos de um espaço mais lúdico para retirarmos o foco da criança daquele local estranho. A brinquedoteca é um lugar onde o paciente se distrai e aprende. Além de brinquedos, utilizamos brincadeiras e desenhos para permitir que eles expressem seus medos e preocupações de maneira leve e descontraída", compartilha Nara.
Acolhimento desde o primeiro momento
Vários são os recursos utilizados pelos profissionais da psicologia em um ambiente hospitalar e o acolhimento é o que está presente em toda a jornada de internação do paciente e os familiares.
Esse acompanhamento psicológico fornecido à criança começa assim que ela entra na unidade, a partir de conversas iniciais para conseguir informações sobre a história de vida dela, o que ela mais gosta de brincar, de assistir, entre outras preferências.
"Precisamos conhecer a dinâmica da família do paciente, por isso nós fazemos um apanhado geral do dia a dia dessa criança para podermos começar de fato as intervenções necessárias", completa a profissional.
Mãe da Isabella Cristina, de sete anos, a vendedora Wannyer Silva Oliveira foi acolhida pela psicóloga no momento delicado, quando a filha estava em processo de desintubação após uma cirurgia cardíaca.
Conversas que fazem a diferença
"A Nara procurou por mim e foi bem na hora em que eu estava mais triste, agoniada e me sentindo sozinha, então conversar com a psicóloga foi muito bom. Ela também deu o apoio que a minha filha precisava na hora que a enfermeira estava procurando a veia pequenininha dela, chegou e conseguiu acalmar a minha filha", comenta a mãe.
Wannyer ressaltou ainda que a avó da criança teve a mesma experiência enquanto esteve como acompanhante da pequena.
"Minha mãe falou super bem dela, me disse que ela foi muito atenciosa e conversou com ela quando mais precisava. Devo muito à psicóloga", finaliza a vendedora.
Acompanhamento no pré e pós-operatório
Enquanto as crianças recebem toda a atenção durante a chegada ao HMA, os pais também são acolhidos para passarem pelos períodos pré e pós-operatório com menos preocupação e ansiedade.
"Nosso dever é fazer com que os familiares lidem melhor com a situação em todas as etapas da cirurgia. E conseguimos ver o resultado quando a criança acorda, quando a mãe tem aquele primeiro contato na UTI. Faz muita diferença no sentido de diminuir a ansiedade que faz parte do processo", destaca Nara.